Sábado. Gustavo e eu acordamos, mas ele estava tão cansado que não conseguiu levantar por um bom tempo. Olhei para o relógio e vi que passava um pouco da hora do almoço. Eu estava morrendo de fome, então desci pra ver se ainda dava pra aproveitar o almoço deixando Gustavo dormir mais um pouco. Dulce Maria e Estefânia não tinham voltado para almoçar, então imaginei que elas devessem ter almoçado pelo LePF com o Victor. Segui para a cozinha encontrando Franciele lavando a louça.
– Oi, Fran. – Ela deu um pulo de susto e eu dei risada.
– Da Teresa, que susto! Valha Deus! – Ela colocou a mão no peito. – A senhora tá precisando de alguma coisa? – Ela disse depois que se recuperou.
– Desculpa, Fran. – Disse rindo. – A verdade é que eu estou morrendo de fome. A comida do hospital é horrível! Prefiro a sua! – Me sentei na bancada de frente pra ela.
– Ah, patroa! Pode deixar comigo que eu vou fazer uma comidinha pra senhora ó, dos deuses. – Ela disse beijando os dedos.
– Que seja uma comida rapidinha, Fran, não quero atrapalhar seu serviço. – Disse a ela.
– Que nada, patroinha. Tô aqui pra isso. – A vi pegar os ingredientes.
– E faça pro Gustavo também. Ele ainda está dormindo, mas daqui a pouco acorda. – Me levantei.
– É pra já! – Ela disse e eu voltei para a sala pegando o telefone para ligar para a Estefânia para falar com a Dulce.
– Oi, mamãe. – Sua voz soou alegre e eu sorri.
– Você já almoçou, minha carinha de anjo? – Perguntei a ela.
– Já, mamãe, o tio Victor me deu uma comida bem gostosa. – Como imaginei. – Você e o papai já estão vindo pra cá? – Ela perguntou.
– Ainda não, minha filha. O papai ainda não acordou e eu não sei que horas ele vai acordar. – Olhei para as escadas como se pudesse vê-lo no quarto.
– Ah, mamãe, você prometeu que viria tomar sorvete comigo. – Ela resmungou.
– Eu sei, minha carinha de anjo, mas o papai ainda não acordou. – Escutei seu resmungo.
– Você pode vir na frente e quando ele acordar nos encontra, mãezinha. – Ela disse manhosa.
– Nada disso, Dulce Maria. Não vou deixar o papai sozinho aqui, ham? Quando ele acordar, nós vamos. – Ela bufou contrariada.
– Dona Teresa, a comida está pronta. – Franciele apareceu da cozinha e eu me levantei.
– Agora vai brincar que daqui a pouco eu vejo se o seu pai ainda está dormindo e falo com ele, está bem? – Ela não respondeu emburrada e eu olhei para o telefone pra ver se a ligação tinha caído. – Dulce Maria! – Falei sério com ela.
– Sim, mãezinha. – Ela respondeu baixinho e eu me despedi dela seguindo para a cozinha com Fran. Sentei na mesa da cozinha e puxei papo com Franciele. Ela era doidinha, me arrancava várias risadas, dizia que adorava ir pro samba nas folgas.
– Eu não sei sambar, é difícil. – Me levantei para colocar o prato na pia e comecei a lavá-lo.
– Epa, patroa. Deixa aí que eu dou um jeito. – Franciele chegou perto de mim.
– Não tem problema, Fran. Eu não me importo. E mais, já terminei. – Coloquei o prato limpo no escorredor e me virei pra ela. – Me ensina como sambar. – Sorri enquanto ela se preparava.
– Ah, patroa. É fácil, é assim ó. – Ela começou a sambar cantando um música e eu dei risada. – Tenta patroa, mexe a cintura assim e os pés. – Ela continuava cantando e sambando e eu tentava imitá-la rindo.
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A volta de Teresa
FanficE se o acidente de asa delta da Teresa não tivesse sido fatal? Se ela tivesse sido dada como morta mas, na verdade, não foi o seu corpo que foi enterrado naquele dia? Por um acaso do destino, Teresa sobreviveu ao acidente que mudou o rumo da sua vid...