– Você está pronta? – Gustavo me perguntou quando entramos no elevador.
– Para dizer a nossa carinha de anjo que ela não pode ficar conosco nesse lugar lindo? Não. – Fiz beicinho para ele.
– Amor, assim você não ajuda. Não seja tão protetora. – Ele alisou meu braço.
– É mais forte do que eu. Vou ficar com saudades dela. – Suspirei triste.
– Eu sei que ela vai fazer muita falta, mas precisamos de um tempo só nosso. – Ele segurou minha mão e apertou.
– Ela vai fazer birra e vai querer ficar. – Disse sabendo exatamente a reação da nossa filha.
– E nós vamos dizer não. Somos seus pais, afinal. Sei que ela vai fazer aquela carinha de cachorro que caiu da mudança, mas temos que ser firmes. – Fiz biquinho novamente e olhei para ele. – Exatamente essa carinha que ela vai fazer. Eu sabia que ela tinha puxado esse dom de ser manhosa de você. – Gustavo disse e eu sorri estirando a língua em resposta. Nos encontramos com Victor no saguão e ele logo arrastou Gustavo para ajudá-lo com as malas e todas as coisas que eles trouxeram para o casamento.
– Onde está a minha filha? – Perguntei vendo sua pressa.
– Estefânia está por aí com ela. – Ele disse por cima do ombro e eu respirei fundo indo atrás das duas. Vi de longe Estefânia com sua peruca vermelha sentada num dos sofás do outro lado do saguão.
– Olha lá a mamãe, Dulce. – Ouvi Estefânia dizer apontando para mim e Dulce se virou em minha direção rápido.
– Mãezinha! – Ela veio correndo e pulou em meus braços.
– Oi, minha carinha de anjo. Você dormiu bem com a titia e o titio Victor? – Perguntei colocando-a no chão porque cada dia que passava ela ficava maior e mais pesada.
– Sim. Apesar da titia ficar se mexendo para lá e para cá. – Ela resmungou sentando do lado da tia enquanto eu a cumprimentei e alisei sua barriga sorrindo.
– É assim mesmo, minha bonequinha. Sua priminha não me deixa mais dormir. – Estefânia sorriu para ela e eu me sentei ao lado da minha filha.
– E você, mamãe? Como foi sua noite de núpcias? Onde está o papi? – Dulce perguntou naturalmente me olhando.
– Foi muito bem, minha filha. Descansamos bastante. Estávamos cansados da festa. – Sorri para ela tentando esconder o constrangimento de ouvi-la perguntando sobre a noite anterior.
– ANRAM! – Estefânia disse sarcástica atrás de mim e eu cutuquei sua cintura por trás de Dulce Maria olhando para ela feio.
– Seu papai foi ajudar o seu tio a colocar as coisas no carro para vocês voltarem para Doce Horizonte. – Tive vontade de me dar um tapa assim que terminei de dizer isso.
– Vocês? Você e o papi não vão conosco? – Ela se levantou e ficou de frente para mim. Eu esperava ter que contar isso só quando Gustavo estivesse presente porque poderia controlar uma Dulce Maria birrenta.
– Não, minha carinha de anjo. Seu papai e eu vamos ficar aqui essa semana. Será a nossa lua de mel. – Tentei dar um sorriso para ela, mas Dulce Maria continuava séria.
– Ah não, mamãe! Não é justo! Eu quero ficar com vocês também. O final de semana foi tão bom. – Ela choramingou de braços cruzados.
– Eu sei, mas você tem aula amanhã, esqueceu? E uma semana passa rapidinho. – Tentei alisar seu rosto mas ela deu um passo para trás petulante e eu cerrei meus olhos para ela por essa atitude.
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A volta de Teresa
أدب الهواةE se o acidente de asa delta da Teresa não tivesse sido fatal? Se ela tivesse sido dada como morta mas, na verdade, não foi o seu corpo que foi enterrado naquele dia? Por um acaso do destino, Teresa sobreviveu ao acidente que mudou o rumo da sua vid...