Capítulo 71

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    Quando chegamos ao hospital, encontramos Victor nervoso andando de um lado para o outro. Gabriel tinha acabado de chegar e já estava com ele tentando tranquilizá-lo. Estefânia tinha sido levada para fazer os exames necessários. Ela já estava bem adiantada. Ficamos ali na espera até que o médico apareceu chamando Victor para entrar. Eu estava ansiosa para conhecer a minha afilhada. Nisso, se passaram horas.

– Amor, eu vou buscar a Dulce. Qualquer coisa você me liga, tá? – Gustavo me avisou e eu acenei. Fiquei ali com o Gabriel até que pouco tempo depois de Gustavo ter saído, Victor apareceu dizendo que Alice tinha nascido.

– Ela é a coisinha mais linda do mundo! – Ele disse emocionado.

– Quando podemos vê-la? – Gabriel perguntou.

– E a Estefânia? – Perguntei.

– Ela já foi levada pro quarto e daqui a pouco vão levar a bebê pra lá também. Cadê o Gustavo? – Victor perguntou a mim.

– Foi buscar a Dulce. Imagino o quão feliz ela vai ficar ao ver a priminha pela primeira vez. – Sorri para eles.

      Pouco tempo depois, pudemos ir pro quarto da Estefânia. Ela estava visivelmente cansada, mas o brilho no seu olhar dizia o quão feliz e realizada ela estava. Gabriel entrou primeiro pra conhecer a sobrinha porque tinha que sair logo para realizar uma missa. Não podíamos entrar todos para não sobrecarregar Estefânia e muito menos assustar Alice. Foram horas de trabalho de parto, mas aqui estava ela. A nossa mais nova princesinha Lários-Gamboa.

– Cunhada, eu nem acredito que ela está aqui. – Estefânia disse emocionada.

– Ela é linda, Estefânia. – Falei baixinho segurando o pacotinho nos braços. Senti meus olhos arderem das lágrimas com essa imagem. – Você sabe que agora eu estou me sentindo ainda mais confiante para ter outro filho. – Olhei pra ela sorrindo.

– Sério, Teresa? Isso é ótimo! O Gustavo já sabe? – Ela perguntou animada.

– Sim. Ele está muito feliz, claro. Disse até que não se importava de irmos treinando. – Sorrimos e Alice se mexeu nos meus braços ameaçando acordar.

     Ficamos em silêncio e eu a balancei devagar andando pelo quarto para que ela voltasse a dormir e Estefânia descansasse mais. Ouvimos um barulho na porta e logo em seguida uma risadinha da Dulce Maria de algo que o pai devia ter dito a ela. – Oi, meus amores. – Me virei sorrindo para eles ao mesmo tempo em que Dulce Maria pôs os olhos em cima de mim com Alice nos braços. Foi nítida a surpresa dela quando nos viu.

– Minha mamãe... – Ela disse sussurrando e seu tom de voz fez Gustavo segurar seus ombros enquanto olhava para nós.

– Sim, ela é. E está apenas segurando a sua prima. – Gustavo disse a ela e eu percebi que Dulce Maria estava com ciúmes de Alice nos meus braços. Minha filha, que sempre foi generosa, estava agora querendo marcar território em algo que era dela. Pensei que os episódios de ciúmes já tinham passado, mas pelo visto, não.

– Você não quer conhecer a Alice, Dulce? – Perguntei me aproximando dela devagar que continuava sendo segurada pelo Gustavo.

– Sim. – Ela disse baixinho ainda desconfiada e eu sentei na cadeira perto dela. Gustavo estava atento a todos os seus movimentos. – Mamãe, ela é tão pequenininha. – Dulce sussurrou observando a prima.

– Sim, minha carinha de anjo. Mas não se preocupe, ela vai crescer forte e saudável e daqui a pouco estará brincando com você. – Sorri alisando seu cabelo e ela me olhou por um segundo, voltando a olhar para a bebê.

– Alice, você não fica muito confortável no colo dela porque ela não é a sua mamãe. – Dulce disse um pouco séria para a bebê.

– Meu amor, eu estou apenas segurando ela. – Falei levantando a sobrancelha.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora