Capítulo 53

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      Depois que Teresa e Gustavo descobriram o sexo do bebê, a próxima missão foi contar para Dulce Maria que ela teria um irmãozinho e é claro que os pais da menina ficaram receosos com a reação dela, principalmente depois do episódio passado de ciúme.

– É um menino mesmo? – Dulce perguntou sentada entre os pais no sofá.

– Sim, minha carinha de anjo. Você vai ser a irmã mais velha de um menino. – Teresa sorriu com cautela para ela.

– E o da titia? – Ela perguntou curiosa.

– Ainda não sabemos, filha, mas logo, logo eles irão descobrir. – Gustavo disse olhando para Teresa.

– Entendi. – Dulce ficou em silêncio. – Está bem então. Eu aceito um irmão. Pelo menos, não vou precisar dividir minhas bonecas e nem meu quarto porque é tudo de menina, né? – Ela sorriu sem jeito.

– Não vai precisar, minha carinha de anjo, cada um vai ter o seu. Você gostou? – Teresa perguntou e Dulce ficou pensativa.

– Sim, mamãe. – Dulce se levantou e se aproximou dela que estava sentada se ajoelhando de frente a barriga, se apoiando nas pernas de Teresa. – Eu posso escolher o nome dele? – Ela perguntou com expectativa olhando pra barriga da mãe e os pais se encaram.

– É claro que pode, minha filha. – Gustavo disse e Teresa sorriu emocionada.

– Então, eu vou pensar em um nome bem legal. – Dulce se levantou. – Posso ir pro meu quarto? – Ela perguntou pros dois.

– Sim, meu amor. E pense com carinho, ham? Ele vai ter para sempre o nome que você escolher. – Teresa alisou o rosto da menina e deu um beijo nela. Dulce subiu correndo pro quarto. Os dois suspiraram aliviados que Dulce Maria finalmente tinha aceitado o irmãozinho.

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Logo quando Teresa e Gustavo contaram a família que iam ter um menino, depois da conversa com Dulce Maria, Estefânia tratou de levar a cunhada para passear e comprar roupinhas, sapatinhos e qualquer coisa que pudesse dar ao novo integrante Lários. Era um dia apenas de meninas. Meninas essas que eram casadas e estavam grávidas, mas ainda assim, eram meninas, certo? E meninas gostavam de fazer compras.

– Pelo menos, ela já aceitou, Teresa. Teve até a iniciativa de escolher o nome do bebê. – Estefânia disse enquanto andava pela rua com Teresa.

– Eu sei. Isso me alivia mais. Apesar de eu sentir que ela ainda está um pouco arredia com a gravidez. – Teresa se queixou andando na rua.

– Vai passar. Dulce passou por um monte de coisa em muito pouco tempo. Isso é tudo ciúmes e insegurança. É normal, daqui a pouco ela tá aí brincando e falando com o irmão. – Estefânia disse sorrindo.

– É tudo o que eu mais desejo. E você? Como está a gravidez? E o Victor? – Teresa perguntou mudando o foco da conversa.

– Ah, cunhada, o Victor tá que não se cabe em alegria. Todas as noites ele conversa com a minha barriga. Diz ele que também quer um menino porque não sabe se aguenta uma nova Dulce Maria. – Estefânia sorriu e Teresa caiu na gargalhada.

– Lembre a ele que o fruto não cai longe da árvore. Antes de ter uma Dulce Maria, ele tem uma Estefânia em casa. – Teresa sorriu. – É tudo o mesmo sangue. – As duas se divertiam e continuam seu passeio.

      Não muito longe dali, uma pessoa observava as duas mulheres conversando e se divertindo pelas ruas e lojas de Doce Horizonte. Ela não estava muito satisfeita com a cena que estava vendo. Era felicidade demais para quem não deveria nem ter voltado pra cidade.

– Se essa mulherzinha está pensando que eu esqueci do tapa que ela me deu, ela está muito enganada. Tenho que dar um jeito de me livrar dela e desse pirralho que ela está esperando de uma vez por todas. – Disse furiosa. – Quero arrancar esse seu sorrisinho do rosto, Teresa Lários. Você não perde por esperar. Vou te mandar de volta pro lugar que você nunca deveria ter saído, queridinha, ou eu não me chamo Nicole Escobar. – Nicole continuava observando Teresa e Estefânia andando pela calçada.

– Que tal a gente dar um trato no visual? Estou precisando fazer minhas unhas. – Estefânia disse e elas seguiram para um salão perto. As horas passaram voando e elas nem se deram conta.

– O Gustavo não para de me ligar. Acho que já está na hora da gente voltar. Não duvido nada ele mandar a polícia atrás da gente. – Teresa disse rindo.

– Do jeito que ele está, eu até estranhei ele não estar aqui com você colado. – Estefânia disse rindo sarcástica.

– Você ri, não é? O Victor só não está aqui porque tem que trabalhar. – Estefânia mostrou a língua para Teresa brincando.

– Mas está tarde mesmo, estou com meus pés que não aguento. – Estefânia se queixou saindo do salão de beleza.

– Pode ir se acostumando que é dai pra pior. Dor nos pés, nas costas, sono... – Teresa disse enquanto caminhava.

– E fome né? Não vamos esquecer disso. – As duas pararam na faixa de pedestre à espera do sinal ficar verde para atravessarem. Quando isso aconteceu, o telefone de Estefânia tocou e ela parou procurando-o na bolsa. Teresa seguiu caminhando pela faixa sem se dar conta de que um carro em alta velocidade vinha em sua direção. Quando percebeu, já era tarde demais e o veículo a acertou em cheio. A última coisa que sentiu, foi ser jogada ao chão e uma dor excruciante em seu ventre a fazendo desmaiar. – TERESA! – Estefânia gritou desesperada correndo até a cunhada no meio da pista desmaiada. – ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA, PELO AMOR DE DEUS! AJUDA! – Ela chorou em cima de Teresa enquanto o carro que ultrapassou o sinal vermelho foi embora sem prestar socorro com o motorista olhando pelo retrovisor e rindo pelo que tinha acabado de acontecer. – ALGUÉM AJUDA! – Estefânia gritava chorando. – Teresa, pelo amor de Deus, acorda. – Ela olhou para o corpo da cunhada e viu sangue entre suas pernas. E chorou ainda mais.

      Estefânia não fazia ideia de quanto tempo ficou ali parada com Teresa caída até ouvir o som das sirenes da ambulância e ela pediu a Deus, silenciosamente, para que não acontecesse mais uma tragédia com a família. No meio de todo caos, Teresa foi levada para o hospital de Doce Horizonte em estado grave, pois corria o risco de perder o bebê. Estefânia a acompanhou na ambulância e foi amparada pelos paramédicos.

– Qual o nome dela? A senhora é parente? – O paramédico perguntou.

– Teresa Lários. – Estefânia disse chorando. – E eu sou sua cunhada. – Só então ela lembrou de ligar pra Gustavo e contar o que tinha acontecido com a esposa.

– Eu preciso que a senhora fique calma. Quer que liguemos para alguém? – Ele perguntou.

– Não, e-eu ligo. – Estefânia disse nervosa e pegou o celular tremendo. – Eu preciso ligar pro marido dela. – Ela tentava discar o número de Gustavo, mas a visão turva das lágrimas dificultava um pouco.

– Quanto tempo ela está de gestação? – O paramédico perguntou.

– Cinco meses. – Estefânia disse chorando ouvindo o toque da ligação no celular.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora