Capítulo 54

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Gustavo

      Saí do trabalho mais cedo para poder esperar Teresa chegar. A verdade era que eu estava cansado e só queria deitar com ela e com meu filho. Tive duas reuniões exaustivas. Na hora do almoço, Teresa me ligou avisando que ia sair com Estefânia para fazer compras e eu fiquei morrendo de vontade de ir com elas, mas sabia que era dia de meninas e não saberia lidar com duas grávidas ao mesmo tempo. Agora já estava anoitecendo e nada dela chegar.

– Onde você está, Teresa? – Disse preocupado quando mais uma vez a ligação caiu na caixa postal. Tentei ligar para Estefânia, mas o telefone só dava ocupado. Aposto que estava falando com o Victor. Mas, onde estava a minha mulher? Meu celular vibrou em minha mão e vi o nome de Estefânia. – Estefânia! Faça minha esposa voltar pra casa. – Disse resmungando.

– Gustavo! – A voz de Estefânia ecoou em meus ouvidos e eu senti meu sangue gelar.

– Estefânia. O que foi que aconteceu? – A ouvi chorar forte e vozes atrás. – ESTEFÂNIA! Onde está Teresa? – Perguntei sentindo que algo tinha acontecido.

– Primo, a Teresa... – Ela soluçou e minhas pernas tremeram. – Ela foi atropelada. – Estefânia chorava e meu coração acelerou. – Estamos indo pro hospital. Ela está muito mal. Vai pra lá. – Não tinha controle sobre meu corpo e eu senti as lágrimas escorrerem pelos meus olhos. Teresa. Meu filho. Parecia que o mundo tinha parado naquele momento. – Gustavo? Você está aí? – A voz de Estefânia ecoou no celular.

– Estou. – As lágrimas borravam minha visão. – Estou indo para lá, Estefânia. Agora. – Desliguei o telefone e corri pela casa gritando o nome do Silvestre enquanto recolhia minhas chaves e carteira.

– O que aconteceu, senhor? – Silvestre apareceu afobado.

– A Teresa sofreu um acidente, Silvestre. Parece que ela foi atropelada. – Sentia um nó na garganta ao imaginar a minha mulher sofrendo.

– Meu Deus do céu. E como ela está? – O vi colocando a mão na boca atordoado.

– Estou indo para o hospital agora. Liga pro Victor por favor, a Estefânia vai precisar dele. – Saí correndo do apartamento e não esperei o elevador chegar. Desci o prédio pelas escadas pulando os degraus para chegar mais rápido. Maldito seja um prédio tão alto nessas horas. Cheguei no carro com a adrenalina a mil, mas não me importava, eu só queria saber como estavam Teresa e meu filho. – Deus, por favor, não os tire de mim agora. – Orei enquanto saía da garagem do prédio e pisei no acelerador em direção ao hospital. Cheguei correndo e vi Estefânia sentada de cabeça baixa na sala de espera. – Estefânia. – Falei alto chegando perto dela.

– Gustavo! – Ela me abraçou e chorou.

– O que aconteceu? Como foi isso? Cadê ela? – Disparei um monte de pergunta sentindo meu coração bater forte.

– Eu não sei. Levaram ela lá pra dentro e até agora não voltaram. – Segurei mais forte Estefânia e a fiz sentar.

– Como foi que aconteceu? – Perguntei enquanto a via limpar o rosto das lágrimas.

– A gente estava esperando o sinal abrir para atravessar a rua. Meu telefone tocou e eu parei, mas Teresa seguiu e depois eu só escutei um carro vindo rápido e ela no chão. – Estefânia chorou forte e minhas lágrimas voltaram a cair.

– O carro não parou? – Minha voz quebrou.

– Não. Ele foi embora sem prestar socorro. Não parou. – Estefânia fez uma cara de dor.

– O que foi? Você se machucou? – Perguntei preocupado a analisando.

– Aí! – Ela colocou a mão na barriga e só então lembrei que ela também estava grávida.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora