Capítulo 35

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Gustavo

Hoje era o dia do chá de panela da Estefânia. Eu não fazia a menor ideia do que era isso ou do que as mulheres faziam lá. O que eu sabia era que a Teresa passou a semana inteira planejando e organizando tudo com a Rosana. Logo a Rosana, a mais louca no meio dessas mulheres, mas ver a Teresa tão empolgada nessa festa me deixava feliz e também era para Estefânia. Minha prima que é mais como uma irmã mais nova, sempre me ajudando com minha filha e com todos os problemas que aparecem em casa.

Essa festa era na casa do Victor, ou seja, as mulheres da família Lários estavam todas reunidas lá, até a Franciele. E os homens estavam aqui em casa porque não fomos convidados para o dia. Tudo bem, desde que não houvessem homens por lá, estava tudo bem. Era chá de panela e não despedida de solteira.

Só de pensar nisso já senti um arrepio pela espinha.

– O que está pensando, Gustavo? Ficou calado de repente. – Gabriel me perguntou.

– Na despedida de solteira de Estefânia. – Disse olhando pro Victor.

– Cara, ainda nem chegou e você já está pensando? Você quer me fazer ficar paranoico antes da hora? – Victor disse rindo de nervoso.

– Cada um se preocupa com a sua mulher, Victor. – Dei risada da sua cara.

– Está nervoso, Victor? – Cristóvão perguntou a ele.

– Muito. Faltam duas semanas só. Minha peruquinha está ficando cada vez mais ansiosa e nervosa. Acredita que a gente brigou essa semana por causa do docinho da festa? – Victor começou a falar sobre a antecipação do seu casamento e eu não pude deixar de lembrar do meu. Da ansiedade e do nervosismo que ele estava sentindo na pele agora. Eu fiz questão de fazer parte de tudo, era o meu casamento, afinal, e isso fez com que a Teresa me deixasse mais apaixonado por ela e ela por mim.

– Ainda bem que você está a par de tudo, Victor e que a Estefânia te dá espaço para opinar. Com a Teresa foi a mesma coisa, ela vinha até mim e perguntava sobre cada detalhe. Foi nesse dia que eu descobri a diferença entre rosa e salmão e seda e algodão. – Nós rimos.

– Temos duas mulheres de ouro, meu amigo. Fico feliz que a Teresa esteja aqui para ver a minha peruquinha no altar. – Ele apertou meu ombro e sorriu.

– Eu também, você não faz ideia. – Sorri de volta pra ele.

     A verdade era que eu estava com saudade da Teresa. Eu queria ir lá na casa do Victor e roubá-la para mim. Ficar aqui em casa com esse monte de testosterona não era legal. Já estava acostumado a ficar rodeado de cheirinho doce de morango e lavanda. Passamos a tarde inteira conversando sobre assuntos aleatórios, sobre trabalho, futebol, coisas banais até que Victor tocou num assunto que fez um alarme soar na minha cabeça.

– As alianças já estão até prontas. Vai ser a coisa mais linda ver Dulce Maria entrando na igreja segurando elas. – Victor disse esperançoso.

– Alianças! – Dei um pulo do sofá. – Gente! Eu ainda não devolvi a aliança da Teresa. Já faz semanas que ela voltou. – Respondi atordoado.

– Pô, Gustavo. Ainda? Já está na hora, não acha, meu amigo? – Cristóvão disse me recriminando.

– Aconteceu tanta coisa desde que ela voltou, que eu nem me toquei. Mas agora em clima de casamento, eu vou resolver isso. – Sorri pensando na cara dela quando visse que eu ainda guardava as nossas alianças.

– O que você vai fazer? – Victor me perguntou.

– Vou pedi-la em casamento! Ela já está casada comigo, não tem como dizer não. – Eles riram. – Vou pegar as nossas alianças e levar numa joalheira para melhorarem. Dez anos não são dez dias né? – Fiquei empolgado com o meu plano, eu sabia que a Teresa ia amar.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora