Capítulo 48

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      Algumas semanas se passaram e nem parecia que Teresa e eu estávamos a ponto de nos divorciarmos antes. A gravidez dela chegou em boa hora. Eu estava completamente pendente de tudo o que Teresa fazia, todos os enjoos, vontades, tudo... E isso, às vezes, a fazia querer morder minha cabeça porque eu estava quase que a sufocando, mas o que poderia fazer se estava feliz que iria ser pai de novo?

– Gustavo! Eu estou bem! Já perdi as contas de quantas vezes você me ligou em uma hora. Eu prometo que se eu sentir alguma coisa, eu te ligo. – Ela suspirou irritada comigo.

– Desculpa, amor, é que eu não consigo parar de pensar em você em casa e nesses seus enjoos. – Respondi com voz de menino.

– Eu sei, meu amor, mas lembra que não é a nossa primeira vez, ham? E você precisa trabalhar. – Ela disse mais calma.

– Tudo bem, à noite a gente se encontra. Sinto falta de vocês. – Disse baixinho.

– E nós também. Até a noite, te amamos. – Teresa desligou o telefone.

      Os enjoos de Teresa não passaram até o final do primeiro trimestre, ela não via a hora de acabar essa fase e poder respirar aliviada, mas, com a ida dos enjoos vieram os desejos. E Teresa tinha os desejos mais loucos possíveis, às vezes eu pedia pros enjoos voltarem porque esses desejos me faziam sair de casa pra ir atrás de coisas que não existiam só para satisfazer a mulher.

– Amor.  Acorda. – Escutei a voz de Teresa baixinho me chamando.

– Hum? O que houve? – Olhei para o relógio que marcava 03:56 da manhã.

– Eu tô com desejo. – Ela disse manhosa ao meu lado.

– De que? – Passei as mãos no rosto para acordar.

– Hum... De sorvete de abacate com doce de leite. – Ela passou a língua nos lábios e sorriu para mim.

– O que? Sorvete de abacate não existe, Teresa. – Disse chocado.

– Por favor, amor. Eu tô com desejo. Você quer que seu filho nasça com cara de abacate? – Ela fez beicinho manhosa e suspirei.

– Tudo bem, eu vou ver o que acho. – Saí da cama e vesti uma roupa.

– Eu te amo! – Teresa sorriu e era por esse sorriso que eu iria até pro Japão buscar o que ela quisesse. Dei um beijo nela e saí do quarto a procura desse sorvete de abacate.

      Mais de uma hora e vários mercados depois, finalmente voltei pra casa com sacolas com as coisas estranhas da Teresa. Claro que não tinha achado esse bendito sorvete de abacate, mas tinha um sorvete de baunilha e abacate a parte para fazer a mistura.

– Só a Teresa mesmo para querer uma coisa assim. – Disse fazendo careta amassando o abacate. Peguei uma taça de vidro colocando o sorvete de baunilha junto com o abacate e o doce de leite por cima. Olhei pela janela e percebi que o dia já estava clareando. Quando olhei o relógio, já passava das cinco da manhã. Voltei pro quarto e Teresa dormia novamente. – Amor. – Falei baixinho e alisei seu rosto.

– Ham? – Ela disse sonolenta.

– Trouxe seu sorvete. – Ela me olhou segurando a taça de vidro fazendo careta.

– Você demorou! O desejo passou. – Ela fez beicinho.

– Você está brincando comigo, não é? – Perguntei inconformado. Todo esse trabalho para nada?

– Não! – Ela disse séria. – Desculpa, amor, mas sabe o que quero agora? – Ela tirou a taça das minhas mãos e colocou em cima do móvel ao lado da cama. – Quero que você me ame aqui e agora. – Teresa me puxou para um beijo me demonstrando todo o desejo que ela estava sentindo.

      Não tinha dito, mas além desses loucos desejos que Teresa sentia, por causa dos hormônios, ela sentia mais vontade de fazer amor. Em qualquer hora do dia, não importava o que estivéssemos fazendo ou onde estávamos. Não preciso nem dizer que esses desejos eu realizava com vontade, não é?

– Amor, Verônica falou que você está em reunião. – Teresa disse ao telefone.

– Sim, meu amor, mas ela sabe que qualquer ligação sua, é para passar para mim, não importa o que seja. – Respondi num canto mais afastado da sala de reunião.

– Vem pra casa, baby. – Ela disse manhosa.

– O que houve? – Perguntei.

– Quero fazer amor com você. – Ela disse baixinho e sua voz fez eu sentir uma pontada na virilha.

– Agora? – Passei a mão na nuca tentando parecer normal na frente de todos aqueles empresários.

– Sim! Agora. Quero fazer amor com você agora! – Teresa disse exigente.

– Estou indo para casa. – Falei alto o suficiente para as pessoas da sala ouvirem e desliguei o telefone. – Senhores, me desculpem, mas eu preciso ir agora. Vou deixar Cristóvão me representando e depois dou minha resposta final, ok? – Não esperei eles responderem e fui embora para casa. Cheguei em tempo recorde e fui direto pro quarto a procura de minha esposa grávida e carente. – Teresa? – Chamei-a quando entrei no quarto e ela apareceu do closet vindo ao meu encontro e me beijou. Sorri da urgência dela ao sentir suas mãos abrindo minha camisa e tirando-a junto com o terno.

– Você demorou. – Ela reclamou entre o nosso beijo.

– Prometo te recompensar pela espera. – Mordi o lábio inferior dela e a deitei na cama sem parar de beijá-la. Fizemos amor até ela matar a vontade.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora