Capítulo 28

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– Teresa... – Cecilia tentou se explicar.

– Dona Teresa ou senhora Lários. Eu não sou sua amiga, sou a mãe da sua aluna e eu não terminei. – Sentia meu sangue ferver. – Você esteve na minha casa e viu que Dulce Maria não queria falar com você. Então você resolveu vir aqui, tentar falar com ela sem a autorização dos pais dela. Se você acha que armando esse circo aqui Dulce Maria vai voltar a falar com você como se nada tivesse acontecido, você realmente não conhece a minha filha. – Despejei tudo que estava guardado a muito tempo.

– Dona Teresa, eu entendo que a senhora... – A Madre tentou defender Cecilia.

– Eu deveria exigir que você fosse embora da vida da minha filha, mas eu sei que Dulce Maria te ama e que em algum momento essa atitude dela vai mudar. Mas é só por isso, eu faço por ela e não por você. – Disse para a Cecilia e olhei para a Madre. – Eu sei que esse colégio é de respeito, senão o Gustavo não teria colocado a nossa filha aqui, e eu espero de coração que isso não se repita, porque se isso acontecer, eu não vou pensar duas vezes em tirar a Dulce Maria desse colégio. – Todos ficaram em silêncio depois que terminei de falar. A Madre Superiora e Cecilia estavam assustadas e eu estava feliz com isso porque não estava brincando. As pessoas achavam que eu não poderia ter um caráter tão forte assim por me conhecerem sempre carinhosa com todos, mas aqui se tratava da minha filha e com ela ninguém brincaria. Antes de haver qualquer resposta da parte delas, a irmã Fabiana e Dulce voltaram para a sala rindo e brincando, alheias ao que estava acontecendo.

– Está tudo aqui, senhor Gustavo. – Fabiana entregou a mochila de Dulce para ele.

– Obrigado, Fabiana. Dê tchau para a Madre e suas professoras, Dulce. – Ele disse a ela.

– Tchau Madre, tchau irmã Fabiana, tchau Cecilia. – Ela acenou pegando na minha mão.

– Até logo. – Respondi e saí da sala na frente com Dulce. Fomos pro carro de Gustavo e seguimos para casa, cada um em silêncio, perdidos em seus pensamentos.

– Está mais calma? – Gustavo me perguntou depois de um bom tempo de silêncio no carro.

– Sim. – Disse, mas na verdade, não estava.

– Acho que você não precisava ter falado daquele jeito. – Gustavo disse e eu o olhei chocada.

– Você acha? Então porque você não vai lá ficar com ela? – Cruzei os braços pra não fazer besteira.

– Eu não quis dizer isso. – Ele tentou se defender, mas comecei a ficar brava de novo.

– Ah não? Então quer dizer que ela pode brincar com a nossa filha do jeito que ela quiser e você vai bater palmas? – Ótimo, estava demorando pra gente discutir.

– Por que vocês estão brigando? – Dulce perguntou assustada e eu lembrei que ela estava presente no carro.

– Não estamos brigando, minha filha. – Olhei pro Gustavo que não tirou os olhos do caminho.

– Estão sim. É por causa da Cecilia, não é? Eu sei. Eu paro de falar com ela se vocês pararem de brigar. – Sua voz estava desesperada.

– Dulce, não é isso... – Gustavo disse para ela.

– Eu só vou acreditar que vocês não estão brigando se vocês derem um beijo. – Ela disse inocente e olhei pro Gustavo. Me inclinei até ele e nós demos um selinho rápido.

– Pronto, minha carinha de anjo, não estamos brigando. ¿Y sabes que? – Disse tentando mudar o assunto. – A mamãe já está com as coisas prontas para ir para casa. – Me virei para ela no banco da frente.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora