Capítulo 57: 100%

2.7K 341 740
                                    

Harry

Já fazia um tempo que eu não usava a capa da invisibilidade, normalmente a usava para fazer coisas que certamente não deveriam ser feitas, com o fim da guerra as encrencas deram um pequeno sumiço na minha vida, deram o verbo no passado porque agora aqui estou eu coberto pela capa invadindo o quarto de um paciente/criminoso vigiado pelo Ministério da Magia.

- Zabini, consegue me ouvir? - Chamo para testar o ponto.

- Nossa meus pesadelos se tornaram reais, Potter está dentro da minha cabeça. - É, está funcionando.

- Preciso que você me diga qual a direção do quarto do McLaggen. - Zabini tem muitos contatos, em muitos lugares, um deles é daqui do hospital, foi assim que obtivemos acesso a planta do lugar.

- Ok, onde você está agora?

- Na entrada dos fundos do Hospital.

- Ótimo, vire à esquerda nesse corredor ao seu lado, segue reto e dobre a direita. O resto eu digo depois porque provavelmente você vai esquecer.

Após uns dez minutos tentando achar o quarto de Córmaco, enfim identifico os aurores parados do lado de fora de um dos quartos, o que me leva a deduzir que é esse. Não posso entrar pela entrada da frente porque sem dúvidas seria bem suspeito uma porta se abrindo e se fechando do nada, por isso procuro a entrada dos fundos, por algum motivo que eu ainda não entendo os hospitais de gente rica sempre possuem mais de uma saída, acho que é para quando querem sair escondidos da mídia.

- Vou entrar.

- Não seja preso, Cicatriz. - Draco fala, consigo perceber a preocupação no seu tom de voz. - A promessa que eu fiz também vale pra você. Volte.

- Eu vou voltar, não se preocupe.

Dizem que a quantia certa de dinheiro compra tudo e todos, McLaggen é a prova viva disso, seu quarto no hospital é claramente melhor que os dos outros pacientes, parece que é apenas um hospede, não alguém que está sendo investigado por tortura, - porque com chantagem ou não esse julgamento Rufus não conseguiu impedir - o resultado dele que me perturba porque por mim Córmaco poderia passar o resto da sua vida apodrecendo em Azkaban, mas se pessoas como Lucius Malfoy estão a solta o que o impede dele continuar também? Contraditório como a justiça é a coisa menos justa do mundo.

Olhar para McLaggen me causa ânsias, sinto a raiva e o nojo vibrando na minha pele, nunca vou esquecer o que ele fez com Draco e nunca vou me arrepender do que fiz de volta, ter que "trabalhar" com ele em prol da minha liberdade é quase pior do que ser preso. Pelo menos o ver assim, ainda machucado, subtrai um pouco da ânsia.

- Ei, sentiu saudades? - Falo, retirando a capa dos ombros. A expressão de pavor que se forma do rosto dele é impagável, se eu tivesse uma câmera aqui decerto que tiraria uma foto. - Não grite, Córmaco, estou mais perto de você, até os seguranças entrarem consigo fazer bastante coisa. Então, fique quieto.

- O que você quer?

- Eu disse pra você ficar quieto. Serei o mais rápido possível, porque assim como você não me quer aqui também não quero estar aqui, mas preciso de um favor seu. - Ele dá risada como se estivéssemos tendo uma conversa muito engraçada. Penso duas veze sobre de virar as costas e ir embora, lidar com a ironia de Córmaco há dois segundos já está me dando nos nervos.

- Por que eu ajudaria você? Caso não esteja lembrado estou nesse hospital por sua causa.

- Bom, se você não quer saber nada sobre o assassinato dos seus pais é melhor eu ir embora mesmo.

- O que você está dizendo? - Pela primeira vez sua expressão muda de medo e ironia para uma de curiosidade vinculada com preocupação. - Eu já sei tudo que preciso saber, o pai do seu namorado matou eles.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora