Harry
Carter sorri desajeitadamente, o sorriso pela primeira vez balançando no seu rosto, não condizendo com a expressão indiferente que ele tenta forçar. Ele retira o cabelo preto levemente comprido dos olhos, o colocando para trás da sua cabeça, em seguida estende a mão para mim.
- Eu estou disposto. - Sorrio de canto, o meu sorriso bem mais verídico do que o dele, ao estender a mão para ele também. James vai sair desse inferno hoje, isso é a única coisa que importa.
- Ok, vá buscar o James.
- Calma, calma, agitadinho - Carter ironiza, erguendo as mãos para cima. - primeiro faremos o voto, depois você vai embora, e em uma hora eu coloco o garoto na porta do Ministério.
- Por que não o entregar agora? Qual a grande diferença? - Questiono, me esforçando para manter a calma por mais algum tempo. Como esse cretino consegue ter o dom de sempre dificultar coisas?
- Quero que tenha uma hora refletindo sobre o fato de que acabou de confiar sua vida a pessoa que você mais odeia.
- O sentimento é o mesmo para você, não faz sentido achar que só vai me atingir.
- Claro que não é o mesmo para mim, eu não corro o risco de você quebrar promessa nenhuma enquanto eu estiver com o garoto. - Merlin, eu vou soca-lo. - Mas sendo sincero a verdade é que não posso simplesmente pegar o garoto e trazê-lo para você sem trocar pelo menos duas palavras com o meu irmão, por isso preciso da hora.
- Você tem vinte minutos, Rinx - Afirmo, me aproximando, parando a alguns centímetros do seu rosto. - é tempo suficiente para explicar tudo que é preciso para seu irmão.
- Está bem, não vou discutir mais sobre isso, você está me cansando, daqui a pouco vai acabar me causando rugas de expressão. - Eu nem sabia que era humanamente possível encontrar alguém com a autoestima maior que a do Draco, mas pelo jeito estava errado, porque Carter é tão absurdamente convencido que a cada frase parece que no final ele vai dizer que se ama.
- Mais do que as que você já tem? - Sorrio sarcasticamente quando ele levanta a sobrancelha mostrando o desgosto com a minha frase.
- Isso foi bem deselegante, Potter.
- Vamos logo com isso, Rinx, não tenho mais sanidade mental para continuar no mesmo ambiente que você. - Admito com sinceridade, largando a garrafa de whisky no balcão e me levantando.
- Nisso somos obrigados a concordar. - Carter também termina de virar seu copo de martini, se levantando em seguida. - Como você pretende executar o voto sem que tenhamos um fiador?
- Posso chamar alguém do meu esquadrão para selar o feitiço. - A primeira pessoa que vem na minha cabeça é Ronald, mas assim que penso em ativar novamente o ponto, Carter me interrompe.
- Não confio em pessoas do seu esquadrão, se souberem que você vai fazer um voto perpétuo com um assassino é capaz deles mandarem o Ministério inteiro até aqui para impedir que você faça isso. - A pior parte da sua afirmação? É que ela é bem viável.
- Então, o que você sugere? Porque eu não confio no seu irmão. - Um voto perpétuo com um inimigo já é ruim, chamar o outro inimigo para ser o fiador ultrapassa até mesmo os meus limites.
- Chame alguém de fora do Ministério, alguém que não vai informa-los até que você chegue lá. - Rinx sugere.
O conhecendo como conheço, não é preciso de dois segundos de raciocínio para entender que ele está sugerindo que eu chame Draco para ser o fiador, o que é algo inviável, nunca que vou coloca-lo nessa situação, primeiro que nunca o deixaria tão perto desse psicopata, segundo mesmo que eu tivesse uma falha mental e o chamasse, ele nunca aceitaria. Sobretudo, tenho uma pessoa em mente.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...