Capítulo 13: Uma dança

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Draco

Entro na comunal praticamente me jogando para dentro da sala, evitando os comentários interrogativos vindo de Pansy. Assim que entro no dormitório faço um feitiço para trancar a porta, preciso ficar sozinho com meus pensamentos.

Pego as primeiras roupas que encontro na minha frente para poder entrar rapidamente embaixo do chuveiro, na fraca tentativa de espairecer, quando finalmente me isolo no banheiro destranco a porta do quarto para Goyle e Blásio, sondando o banheiro com um feitiço Abaffiato para que eu não precise ouvir nada que seja falado fora daqui.

No momento em que a água cai sobre o meu corpo deixo minha mente vagar, o calor de Potter ainda vibra intensamente na minha pele, me eletrificando, sinto como se faíscas estivessem me queimando por dentro de um jeito não tão ruim.

Sua respiração pesada ainda parece tão próxima da minha boca, com um pouco de dedicação consigo sentir o aperto de seu toque nos meus ombros, a minha mão que estava envolta em sua cintura faísca mais que o resto do meu corpo, lembrando de quando o trouxe para perto enquanto a outra mão se contentava em ficar sobre a sua no meu ombro, criando uma certa conexão na pouca distância entre nós.

Quando percorri seu rosto, sussurrando no seu ouvido, seu corpo se chocou com o meu, levando a meu corpo um arrepio, por alguns instantes qualquer pensamento lógico escapuliu da minha mente, me fazendo agir instintivamente na presença de Potter, e curiosamente meu único instinto era beijar aquela boca tão chamativa...

Naquele momento não permiti que nenhum pensamento racional me invadisse, admirando cada traço de Potter, desejando ter os seus lábios contra os meus, entretanto, inesperadamente um apito de racionalidade gritou na minha cabeça, o qual me fez decidir ir embora antes de perder o controle sobre a situação, se é que já não havia perdido.

Eu não podia simplesmente ficar ali e beijá-lo, estamos falando de Harry Potter, o garoto que tentei lançar uma Maldição Cruciatus, o garoto que me amaldiçoou, que infernizei durante todo o período escolar, porém quando o senti nos meus braços fiquei completamente rendido, falei sobre poder, mas, na verdade, todo o poder estava nas suas mãos, o que ele quisesse fazer, eu faria.

Nada disso faz sentido, eu, Draco Malfoy, o herdeiro da antiga maior fortuna do mundo, a pessoa mais irônica, irritante e desprezível de Hogwarts, talvez também fora dela, estava e estou completamente rendido a Harry Potter, a porcaria da pessoa mais amada do mundo bruxo, isso não pode estar acontecendo, não pode funcionar, nós somos opostos, dois completos opostos.

Nunca daríamos certo, e não entendo porque estou cogitando a possibilidade de termos alguma coisa, sempre fomos rivais, apenas isso, agora do nada estou começando a me sentir dessa forma estranha perto dele, mas bem lá no fundo estou começando a crer que isso não está acontecendo de uma hora para outra, no decorrer de quase três semanas, sinto que já vem de tempos...

Devo estar ficando maluco, preciso me afastar de Potter antes que eu perca o controle da minha própria vida.

5 de outubro de 2000, quinta-feira (dois dias antes do baile)

Os dias passaram rapidamente e bem menos interessantes sem a presença de Potter, que tenho evitado desde do dia que quase o beijei, durante os banquetes que se sucederam pude sentir o seu olhar sobre mim várias vezes, inclusive Pansy citou em repetidos momentos o quanto ele estava com os olhos vidrados em mim, porém em todas as ocasiões dei de ombros, buscando não direcionar o olhar até ele, sabendo que aparentemente não consigo me conter com a profundidade do verde em seus olhos.

Em todas as aulas que tivemos em conjunto fingi que sua presença era completamente irrelevante, mantendo o meu olhar fixo no professor, sem sequer me mexer direito para não chamar sua atenção, vendo pelo lado bom pelo menos pude me concentrar nas aulas.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora