Capítulo 67: Nosso

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Draco

Não sinto mais o peso do seu corpo no meu braço, porém ele ainda está dormente depois do moreno ter ficado deitado nele a noite inteira. Foi tudo tão incrível, que mesmo depois de abrir os olhos e ter a confirmação que isso tudo é real tem uma parte de mim que ainda não consegue acreditar, ainda sinto o gosto dos seus lábios nos meus, da sua pele contra a mim, dos seus gemidos, de cada detalhe, até do mais pequeno possível.

Impulsiono-me para frente, sentando na cama, sorrio quando percebo o andador escorado ao lado do bidê, porque ele deveria saber que eu o procuraria quando acordasse. Minhas roupas continuam espalhadas pelo chão do quarto e isso mais uma vez me faz rir, pois é perceptível que Harry as deixou ali de propósito, seu jeito de induzir minhas lembranças a se focarem nele desde do meu primeiro segundo acordado. A questão é que minha mente já estava focada nele bem antes disso.

Pego roupas limpas e sigo até o banheiro para tomar um banho, porque contra toda a higiene do mundo depois do que fizemos ontem ficamos tão cansados que apagamos antes de nos banhar.

- Você acordando mais cedo que eu é o milagre do século. - Digo, quando entro na cozinha.

- É, milagres acontecem. - Ele segue até mim, colocando a mão nos meus olhos para os tampar. - Bom dia, querido.

- Bom dia, por que você está tampando meus olhos?

- Sem perguntas. - Harry me guia até algum lugar, que não imagino qual seja, porém tenho quase certeza que é do lado de fora da casa porque reconheço os degraus que desci ontem.

Depois de caminharmos por alguns minutos Harry empurra os meus ombros para baixo indicando que quer que eu me sente, levo a mão até as minhas costas encontrando um pequeno apoio de braço que uso para me firmar e sentar. O banco ou cadeira que acabei de me sentar se mexe um pouco, balançando para frente, sua movimentação me assusta e faz com que eu procure pelo moreno que em poucos segundos se senta ao meu lado, fazendo mais uma vez o local balançar, mas dessa vez me assusto um pouco menos.

- Posso abrir os olhos agora? - Questiono, levando as mãos até as suas para as retirar dos meus olhos.

- Pode, mas deixa que eu tiro. - Assim que suas mãos liberam minha visão, mais uma vez sou surpreendido por Harry Potter e seus atos inesperados de fofura. Nós estamos sentados em um balanço branco que é detalhado por rosas verídicas por todo o seu contorno, a nossa frente está uma cesta flutuando com o que eu deduzo que seja comida, além disso a vista é simplesmente esplendida, de frente para o lago, que até então eu nem havia percebido que possui alguns cisnes. Está mais cedo do que imaginava, porque o céu ainda está naquele clima rosa e azul como se estivesse se adaptando a própria luz que o sol erradia.

- Isso tudo é tão lindo. - Afirmo, ainda perdido em tudo ao nosso redor, agora sorrindo quando o balanço volta a se mexer.

- Não queria que ficasse entre a gente um clima do tipo "te arrastei até aqui só para podermos transar".

- Você está me dizendo que deu uma surtada porque achou que eu ia surtar?

- É, basicamente isso. - Dou risada, pegando no seu braço e o puxando para perto de mim, enlaçando sua cintura com as mãos quando ele está próximo o suficiente.

- Harry, o que a gente fez ontem por si só já estava repleto do amor mais puro que eu já senti, isso já diz muito sobre o que somos e o que viemos fazer aqui. Sei que você não me trouxe aqui pra isso, nem ousaria pensar uma barbaridade dessas, por mais que eu seja um tremendo pedaço de mau caminho. - Harry gargalha, escorando a cabeça no meu peito para tentar conter sua risada descontrolada.

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