Capítulo 21: Fogo

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Harry

- Harry, você está bem? - Hermione é a primeira a perguntar assim que entro no Salão Comunal, inteiramente cabisbaixo, sem nem tentar disfarçar a tristeza.

- Você sumiu, cara. - É a vez de Rony afirmar, e eu apenas levanto a mão pedindo calma para eles, me aproximando a passos arrastados da poltrona, me jogando desejeitadamente nela.

Escoro os cotovelos nas pernas, colocando o rosto entre as mãos, antes de respirar fundo e conter algumas lágrimas que querem sair, não vou chorar, aqui não.

- Vou ser direto, estou suspenso de Hogwarts por tempo indeterminado. - Lanço a bomba e observo ela explodir gradualmente.

Dino, que estava sentado do outro lado da sala lendo uma revista, levanta imediatamente e se aproxima de nós.

- O que você está dizendo? Ficou maluco? - Ele fala, e Simas, que estava sentado na sua frente, se aproxima também, parecendo um pouco mais tranquilo que Dino, mas não menos chocado.

- Harry, você só pode estar de brincadeira, né? - Diz Simas, forçando um sorriso, e fica mais nervoso quando vê que não sorrio de volta.

- É por causa do Malfoy, não é? - Hermione questiona, aparentando ser a mais tranquila de todos os presentes, me contenho para não a abraçar imediatamente por me passar um pouco da calma que preciso.

- E isso importa, Hermione? - Rony retruca, praticamente berrando. - Harry, por Merlin, você só pode estar brincando, Minerva enlouqueceu... - Rony começa a falar andando de um lado para o outro, balançando as mãos e parecendo prestes a infartar. - Dumbledore nunca faria isso.

Com essa última frase a bomba que estoura sou eu.

- Por que todo mundo cita o Dumbledore nas conversas comigo? Ninguém sabe o que Dumbledore pensaria, como agiria, se não sabíamos nem quando ele estava vivo, todo mundo virou sensitivo para agora começarem a entender?

Todos se calam, constrangidos com meu pequeno surto, com isso volto a me sentar na poltrona, já que levantara para falar.

- E sim, Hermione, é por causa do Draco. - Respondo, sei que ela entende o que quero dizer com isso, porque apenas mexe com a cabeça e ao que tudo indica interpreta corretamente o sentido por trás da minha fala.

Hermione foi a única que viu quando cheguei ao dormitório para trocar de roupa no dia do ataque ao McLaggen, ela certamente notou que eu estava sujo de sangue, não conversamos sobre o assunto desde aquela noite, lembro que quando me viu ela somente me olhou compreensivamente.

- Mas o que Malfoy fez dessa vez? - É a vez de Neville, que estava calado até então, perguntar cruzando os braços.

- Malfoy não fez nada, eu que... provoquei uma situação bem desagradável devido a algo relacionado a ele. - Tento explicar sem citar a agressão a Córmaco, porque não sei como eles reagiriam isso, e não tenho cabeça para nenhum outro sermão agora.

- Até que demorou muito para você ser suspenso dessa escola, garoto não sigo as regras. - Ouço a voz de Gina e me viro para ao lado, encontrando-a recostada na parede, de braços cruzados e com um sorriso tranquilizador no rosto.

Ela se aproxima alguns passos, parando ao lado de Rony, começando a falar com uma sensatez extremamente comum para a ruiva.

- Somos amigos de Harry, se ele não se sente confortável para falar o que houve cabe a nós entendermos, afinal se entendemos ele querer sair numa aventura maluca atrás de uma parte da alma de Voldemort por que não podemos entender ele ter sido advertido?

E o sorriso que me lança, faz a admiração que sinto por ela subir ainda mais, não sinto nenhuma vontade de voltar com Gina e tenho certeza que ela também não, mas ainda assim acho Ginevra uma das mulheres mais incríveis que já conheci em toda a minha vida.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora