Capítulo 41: Avada

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Alerta gatilho: Tortura.

Draco

— Lucius... – Sussurro, sentindo meu corpo inteiro tremer ao pronunciar seu nome, é como se eu estivesse vendo uma assombração bem na minha frente, diante dos meus olhos.

Meu medo aumenta quando ele dá mais alguns passos para frente, girando sua bengala no ar, a postura desafiadora e os olhos semicerrados.

— Meu filho... que bom revê-lo. - Ele me lança um sorriso irônico semelhante ao tom de sua frase, isso me causa um arrepio desconfortante fazendo com que eu dê alguns passos para trás, recuando da sua aproximação.

— Infelizmente, não posso lhe dizer o mesmo. – Respondo, tentando me manter estável, fazendo um esforço surreal para não deixar o medo transparecer nos meus olhos, prezando que minha postura esteja tão impecável como sempre ele fez questão de me ensinar, porém cada passo a mais que Lucius dá é uma vontade ainda maior de sair correndo.

Ora..., ora..., ora, alguns meses convivendo com Potter e já está agindo como um Grifinório metido... – Lucius cuspe as palavras, olhando mais para Harry do que para mim, isso ativa o instinto protetor do moreno que se coloca entre mim e Lucius, tentando silenciosamente demonstrar que ainda está aqui, que não estou sozinho, mesmo depois de tudo que ouviu, depois de tudo que descobriu, ele ainda está aqui, o que é o suficiente para eu me sentir bem mais tranquilo e seguro.

Quando sua mão procura pela minha atrás de suas costas, o medo gritante em meu peito lentamente se tranquiliza com o calor que emana de seu toque, é surpreendente como até o maior pavor torna-se apagável na presença de Harry.

— O Grifinório metido lhe mandou para Azkaban caso você não esteja lembrado. - Harry leva a mão até onde estava sua varinha anteriormente, esquecendo-se por alguns instantes que está desarmado, ao dar-se conta finge indiferença, como se conseguisse se defender muito bem sozinho. Mantém seu tom de voz calmo e irônico assim como Lucius, essa atitude quase me faz sorrir pelo jeito que ele sabe jogar muito bem o jogo do meu "pai".

— Lembro sim, senhor Potter, porém o mesmo Grifinório não foi capaz de me manter lá. - Lucius aumenta o sorriso sarcástico e asqueroso no seu rosto, abrindo os braços para apontar para si mesmo.

Harry e eu nos entreolhamos nos perguntando a mesma coisa: "Como Lucius saiu de Azkaban? Por que não tem nenhum alerta do Ministério espalhado por aí?" e principalmente "O que vamos fazer agora sendo que estamos inteiramente desarmados?"

Lucius se desloca mais alguns passos, finalmente ficando dentro da sala, com isso Harry segue na sua direção agressivamente, contudo, Theodore aponta a varinha para mim no mesmo segundo, sorrindo vitorioso para o moreno ao meu lado, o desafiando a fazer qualquer coisa que possa colocar a minha vida em risco, Harry o lança um olhar repleto de ódio, mas abaixa a varinha, vencido pela sua incapacidade de deixar eu me machucar.

— Bom, Lucius, conte-nos como você teve a astúcia de sair de Azkaban. - Harry se senta no sofá, cruzando as pernas e parecendo tão despreocupado quanto Lucius e Theodore tentam parecer, pela primeira vez na minha vida eu aparentemente sou o único incapaz de esconder meus sentimentos, que variam entre puro medo e desconforto pela presença de Lucius na minha casa, mágoa gritante ao lembrar de todas as situações com Theo, a enorme preocupação que algo aconteça com Harry e o receio de como será nossa relação caso saíamos vivos disso tudo.

Harry dá um pequeno puxão na minha mão, pedindo silenciosamente que eu me sente ao seu lado, não sei se por preocupação que eu desmaie ou apenas para manter a postura. Decido seguir seu pedido e me sento, ainda com o corpo tremendo, percebendo isso ele coloca a mão sobre a minha perna, executando movimentos sutis de vai e vem, buscando me passar algum tipo de tranquilidade.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora