Capítulo 61: Reage!

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Harry

Não posso aparatar dentro do espaço geográfico de Lucius, isso sem dúvida vai chamar a atenção dele, porque o galpão deve ter alguma proteção ou algo do gênero, mas pelo que conheço de Lucius o seu erro é não confiar no potencial dos trouxas, acha que são seres inferiores demais, incapazes de perceber as suas atrocidades, por isso tenho certeza que não deve ter nenhuma proteção contra meios trouxas, então se eu entrar lá andando, sem usar magia, provavelmente ele nem vai perceber a movimentação suspeita.

Aparatei até Ballintoy, em um lugar onde os trouxas não percebessem que uma pessoa se materializou no ambiente do nada, agora daqui em diante vou seguir a pé até a localização que Hermione anotou.

Eu sei que é loucura vir sozinho, sei que Draco deve estar tendo um ataque dos nervosos, sei exatamente até onde essa loucura pode me levar, mas mesmo assim não estou disposto a recuar, nem disposto a me arrepender, porque eu prefiro correr esse risco do que deixar que ele se arrisque. Conheço Draco, talvez mais do que me conheço, sei que assim que estiver diante de Lucius, assim que aquele monstro conseguir mexer com a sua estabilidade emocional, o loiro vai se descontrolar, vai tentar ataca-lo, tentar o desafiar, sinceramente não o culparia se fizesse isso, porém Lucius também conhece o filho que tem, sabe que Draco vai perder o controle e provavelmente vai usar isso a seu favor.

O ataque no Largo Grimmauld, o julgamento, tudo girou em torno de um plano de Lucius para gerar a morte de Draco, seu único objetivo sempre foi esse, então é só somar dois mais dois para perceber que ele não vai perder a oportunidade de matar Draco assim que os dois ficarem cara a cara. Vai jogar com o fato que o loiro não é um assassino, que não vê facilidade em matar o próprio pai como Lucius vê em matar o próprio filho,

Além do mais, digamos que todos viéssemos juntos, já tive uma demonstração horrível do que Draco é capaz de fazer quando alguém que ele ama está em perigo, se Lucius conseguisse pegar qualquer um de nós Draco faria a mesma coisa que fez no Largo Grimmauld, e quem garante que dessa vez vai ter alguém para salvá-lo? Quem garante que dessa vez não serem apenas movimentos perdidos, mas sim uma vida? Não consegui o proteger da última vez mesmo estando nós dois juntos, então agora vou o proteger sozinho, não vou deixar que nada aconteça com ele.

Quase o perdi uma vez, se Nott tivesse demorado alguns poucos segundos a mais Draco não estaria mais comigo, não teria mais a chance de o sentir, de o tocar, de o amar. Dessa vez não posso contar com a esperança que alguém surja no último minuto, é um risco muito grande. Sei que eu posso morrer fazendo o que estou fazendo, sei que Draco irá sofrer se isso acontecer, mas prefiro que ele sofra e continue vivo, que tenha a oportunidade de ter uma vida boa longe do perigo de Lucius, que tenha a chance de talvez amar de novo, do que morra enfrentado esse monstro. Esses são os motivos que me levaram a essa loucura, porque depois de tudo que ele já passou Draco merece ser feliz, merece viver, e obviamente a segunda razão é que não consigo me imaginar em um mundo em que ele não exista, seria como perder uma parte crucial demais, uma parte com qual eu não saberia viver sem.

Chego até o local indicado e como esperado está protegido contra entrada forçada por magia, por isso entro caminhando, como apenas um trouxa qualquer, e também como esperado Lucius não criou numa proteção contra meios trouxas. Aproximo-me o suficiente para conseguir enxergar pela minúscula janela nos fundos do galpão, Tiziano está algemado na parede, pelo tamanho das correntes ele não consegue se mexer mais do que alguns poucos centímetros, seu rosto está todo machucado, suas mãos estão sangrando porque provavelmente tentou se mexer e as algemas pressionaram seus pulsos, mas apesar dos vários machucados, não são essas lesões que tornam olhar para ele algo tão agonizante e desesperador, é o seu olhar, a forma como a vida parece ter se esvaído dali mesmo que seu peito ainda esteja respirando.

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