"I'm only human
I do what I can
I'm just a man
I do what I can
Don't put the blame on me""Eu sou apenas humano
Eu faço o que posso
Eu sou apenas um homem
Eu faço o que posso
Não coloque a culpa em mim"Human, Rag'n'Bone-Man
Harry
Jogar-me no sofá, escorar a cabeça na sua borda sentindo a raiva e o desespero tomando conta dos meus sentidos é uma sensação péssima, que eu não esperava ter que sentir de novo desde que Draco acordou, mas aqui estou eu novamente vivendo esse medo de perdê-lo, com uma vontade indescritível de esbofetear o Ministro da Magia.
- Como você está? - Draco pergunta, usando seus braços para se impulsionar da cadeira para sofá e se sentar ao meu lado.
- Tentando não enlouquecer. - Viro-me para ele, buscando encontrar algum abrigo em seu olhar. - E você como está?
- Tentando não enlouquecer. - Sorrimos, algo discreto, rápido, ambos se esforçando ao máximo para disfarçar os olhos cansados, o tremor no corpo, a bagunça no estômago.
- Não vou deixar nada acontecer com você. - Afirmo, puxando sua mão para o meu colo, entrelaçando nossos dedos. Draco deita a cabeça no meu ombro, o coração acelerado, o medo se pronunciando nos seus gestos.
- Se você tiver que escolher em algum momento...
- Draco...
- Deixe-me falar... Se você tiver que escolher em algum momento entre se salvar e me salvar, não hesite em se salvar, Harry, porque não existe melhor salvação para mim do que saber que você está bem.
- Você não merece isso. - Conhecer Draco, tornou extremamente fácil identificar os sinais de quando o loiro está começando a se culpar por alguma coisa, retornando ao seu passado, normalmente essas recaídas acontecem em situações de pressão, momentos onde ele se sente induzido a se culpar por todos os problemas do universo. Esse é um deles. - Não importa o que você fez no passado, os erros que cometeu, todos cometemos, você não merece ser acusado por algo que não fez.
- Talvez essa seja a forma do universo dizer que preciso ir preso de um jeito ou de outro, afinal não fui pelos meus erros legítimos, então o mundo deu sua maneira de eu ser preso de alguma forma. - Cada palavra sai da sua boca com receio, abatidas, quebradiças, como se pudessem se estilhaçar em questão de segundos.
- Desde quando você acredita em destino?
- Desde que eu te conheci. - Draco ergue a cabeça do meu ombro, descendo os olhos para minha mão, brincando com os ossos do meu dedo, evitando direcionar o olhar para mim. - A gente poderia nunca ter que se esbarrado, Harry, eu não ia ir na Madame Malkin naquele dia, era para ter ido uma semana antes, mas inesperadamente minha mãe cancelou e disse que achava melhor irmos na outra semana, não tinha nenhuma explicação, ela apenas disse isso e ponto. Naquele dia, eu te conheci.
- A gente ia acabar se encontrando em Hogwarts.
- Eu poderia nunca ter ido me apresentar para você, muito menos ter incomodado Weasley, nós poderíamos ter sido simples colegas que se viam ás vezes nas aulas ou poderíamos acabar nos matando em algum momento da Guerra, entretanto por conta de ter te encontrado na Madame Malkin e ter me sentido de um jeito que nunca havia me sentido na presença de outra pessoa eu decidi que queria falar com você, queria te trazer para o meu lado. Uma mudança de horário mudou toda o rumo das nossas vidas, fez com que nos aproximássemos involuntariamente. Isso não parece coincidência demais?
- Está dizendo que o nosso destino era acabar nos apaixonando um pelo outro? Sabe que assim você admite que todas as suas provocações foram inválidas? - Mesmo com toda a tensão do momento, nós dois rimos, nos afastando um pouco de toda essa confusão e escapando para um mundo que só nós conhecemos, esse que falamos coisas que nunca falaríamos em outros momentos. Eu gosto desse mundo, eu amo.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...