Capítulo 28: Com afeto

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Draco

Depois daquele dia da guerra de neve, onde me senti imensamente feliz pela primeira vez na vida, eu decidi me afastar de Potter, por vários motivos, mas um dos principais foi que não sei reagir a sentimentos, faz muito tempo que desaprendi a lidar com o meu coração acelerado na presença de alguém, minhas mãos sendo enlaçadas e acariciadas.

Não estou acostumado com os meus pensamentos e as coisas ao meu redor não serem apenas tristeza, então quando esses sentimentos alegres e possivelmente românticos gritaram no meu peito eu não soube reagir, como prosseguir com eles, por conseguinte decidi que antes de tentar conviver com Harry, preciso aprender a conviver comigo mesmo,

Logicamente não foi só por causa disso que me afastei, uma grande porcentagem do motivo foi que fui dominado pela mesma crise existencial que tive quando acordei da tortura de McLaggen, sobre não ser uma pessoa que deve permanecer na vida de Harry, essa crise voltou no dia após a guerra de bolinhas, enquanto meu peito lutava contra sentimentos involuntários, minha mente insistia em me convencer que ficar perto de Harry apenas o prejudicaria.

Com todas essas situações conturbadas dominando minha mente decidi que seria melhor permanecer distante, mas é impossível ficar longe por muito tempo de alguém tão adorável como Harry, principalmente agora que estamos tão próximos, é claro que acabei cedendo.

Durante os dias que me isolei, fiquei o observando pela janela do meu quarto, todas as vezes que ele saiu para levar o lixo ou algo do gênero, me peguei rindo repetidas vezes dos incríveis bilhetes me mandou por baixo da porta, só para me lembrar que estaria ali mesmo que eu estivesse o evitando, isso me fez perceber que mesmo que eu fosse a pior pessoa do mundo, o que não deixo de ser, Harry iria me corromper com sua bondade e não ao contrário, porque é impossível continuar sendo uma pessoa negativa ao lado desse garoto, ele erradia positividade, por mais que eu nunca vá admitir isso em voz alta.

Contudo, eu ainda não estava convicto que deveria voltar a me aproximar naquele momento, mais por conta dos meus sentimentos do que pela crise existencial, além de Blásio somente uma pessoa poderia me ajudar a modificar meus pensamentos, nem que fosse só um pouco e foi a ela que recorri.

"Cara, Narcisa,

Sei que prometi lhe escrever mais seguidamente, porém os dias andaram tão corridos que não encontrei tempo para entrar em contato com a senhora.

Gostaria de ser direto, evitar rodeios os quais não nos levarão a lugar nenhum, venho por meio desta carta lhe informar brevemente sobre os últimos acontecimentos em minha vida, nesses últimos meses que estive cursando em Hogwarts.

Muitas coisas aconteceram, entre elas como a senhora já sabe o ataque de Córmaco McLaggen, que segue em estado vegetativo no Hospital St. Mungus, não pense que não consigo ouvir mentalmente a senhora dizendo "ainda bem", porém no meio dessa catástrofe coisas inesperadas aconteceram também, as quais não sei dizer se são positivas ou negativas, entre elas: Harry Potter.

Creio que a senhora deve estar se perguntando o que Potter tem a ver com isso, e acredite no fundo de minha mente eu também ainda não compreendo tal situação, mas me sinto adaptado agradavelmente a ela, quem atacou brutalmente McLaggen foi Harry, o Ministério tem tentado evitar que ao máximo imprensa comente essa informação, porém é a mais pura verdade, que em algum momento a mídia tomará conhecimento.

Foi Potter que me encontrou após o ataque e foi ele que atacou o agressor, em um ato de descontrole e impulsividade, Harry foi suspenso por conta desse feito, me senti em dívida, portanto decidi que iria me auto suspender com ele, agora estou hospedado em vossa residência. Sim, a residência de Harry Potter, a antiga casa dos Blacks, que a senhora deve conhecer muito bem.

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