Capítulo 24: Apaixonado

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Draco

A cada respiração que ele dá seu peito sobe e se choca de forma enlouquecedora contra o meu, seu corpo se arrepia a cada movimento que faço, assim como o meu a cada suspiro que escapa dos seus provocantes lábios.

Não posso negar que é satisfatório saber que Harry não consegue se conter quando está comigo, mesmo que sua mente esteja fervendo de raiva seu corpo cede aos meus toques e sua mente também, entretanto a situação é recíproca, porque cedo a ele na mesma intensidade.

O que planejei ser apenas uma conversa para tirar a limpo as afirmações de Blásio se tornou isso, seu corpo preso contra a parede, enquanto meu nariz contorna seu pescoço, respiro pesadamente de uma forma proposital, só para poder sentir seu cheiro, doce assim como ele.

Preciso me esforçar para não deixar minha boca se perder na sua pele desnuda, um esforço que nunca pensei que precisaria fazer.

Quando Harry se escorou no balcão, meus olhos dançaram pela sua calça moletom, seu suéter vermelho e o cabelo ainda mais bagunçado do que o normal, foi na imensidão dessa visão que todos os meus instintos simplesmente decidiram que eu precisava o ter perto, sentir o seu calor, dominar o seu calor e ser dominado por ele.

Apesar de eu supostamente ser o dominante dessa situação, isso passa longe de ser verdade, porque estou completamente rendido, ao ponto de não ter nenhum controle sobre meus próprios atos e pensamentos, o que Harry quiser fazer comigo nesse momento ele pode.

- O que pretende com tudo isso, Malfoy? - Ele questiona, com a respiração entrecortada e a voz falhada, talvez o nosso nível de rendição esteja no mesmo parâmetro.

- Não sei. - Respondo, com total sinceridade, afinal desde o primeiro minuto que pisei aqui não tenho mais ideia do que estou fazendo.

Afasto meu rosto do seu pescoço, fitando-o, ficando automaticamente imerso no abismo dos seus incríveis olhos verdes, que me encaram em uma onda de dúvidas, porém em simultâneo estão compostos por uma ferocidade semelhante ao do leão que ele diz representar.

Por alguns instantes ficamos calados, nos encarando, deixando que nossos olhos digam muito mais do que somos capazes de falar, não sei se é porque se abrirmos a boca acabaremos perdendo o controle dos nossos atos, ou, porque realmente não sabemos o que falar.

Pressiono a mão na sua cintura, ainda mantendo uma firme na parede mesmo sabendo que se Harry quisesse sair ele já tinha saído há muito tempo, sinto seu corpo enrijecer pelo toque, adaptando-se.

Solto minha outra mão da parede, descendo-a até seus negros cabelos, enrolando alguns fios com o dedo, enquanto a mão que está na sua cintura luta para conter todo o fogo que emana entre nós, esse desejo, a outra parece se opor, apenas querendo acariciar o seu rosto.

- Eu não vou ser uma diversão para você, Draco. - Harry afirma, depois de um bom tempo em silêncio, e como eu já esperava ele sai da minha "prisão" sem nenhum esforço.

- Como assim? - Pergunto confuso e o acompanho até a sala de estar, onde ele se senta no chão, hesitando sentar no sofá, essa hesitação me faz lembrar que essa é a antiga Casa Dos Black, provavelmente tudo aqui o lembra do seu padrinho já falecido, por isso está evitando tocar nas coisas.

- Você não pode vir aqui me acusar de estar com ciúmes e depois tentar descobrir até quando eu aguento te olhar sem te agarrar. - Explica, sem ter coragem de me olhar, olhando fixamente para a lareira a sua frente, agarrando os próprios joelhos como se pudesse se esconder neles.

Sua última frase me pega de surpresa, porque deixa claro que Harry estava com tanta vontade quanto eu, além de tornar visível que estamos confusos na mesma medida, sendo franco, faz quase três meses que estamos confusos, vivendo essa confusão diariamente, sem saber o que sentimos e o que pensamos, mas agora estamos sendo finalmente colocados a par de todos os nossos atos suspeitos no passado, todas as nossas manias de perseguição, tudo agora se interliga a um sentimento que nenhum de nós havia percebido antes.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora