Alerta: Esse capitulo descreve uma crise pânico, caso isso seja um gatilho para você, recomendo que pule.
Draco
Ouço palmas no Salão Principal. Pela pequena abertura na porta observo sorrateiramente o motivo dos aplausos tão alarmantes. Não demoro muito para perceber que elas vêm da mesa da Grifinória, imediatamente procuro com os olhos o homem que provavelmente é a razão para elas estarem acontecendo.
Quando finalmente o vejo noto que ele se encontra extraordinariamente vermelho. Isso me faz abrir um sorriso mínimo, é sempre engraçado ver como Potter sempre evita chamar a atenção das pessoas, odiando fielmente tantos olhares sobre si, mas apesar de todo o esforço, no fim ele é sempre o centro das atenções... Porém, não mais que eu, é claro.
Decido aproveitar esse o momento para fazer a minha entrada, chamativa, impecável e certamente triunfal, assim como eu.
No instante que adentro o Salão Principal os aplausos cessam, enquanto os olhares gradualmente vão se dirigindo até mim. Inicialmente são como de costume, repulsa, nojo e desgosto, entretanto, ao decorrer dos meus passos - antecipadamente arquitetados -, ainda que seja a contragosto, suas expressões começam a se transformar em olhares apreciativos. Posso compará-los com as pessoas que não gostam de praia, mas não podem negar que elas são belíssimas.
Assim que me sento na mesa da Sonserina, Pansy bate palmas extravagantemente, me tirando uma leve risada.
- Até mesmo Potter está babando em você. - Ela cochicha no meu ouvido, segurando-se para não gargalhar.
Por conta de seu comentário, acabo erguendo o olhar, fitando a mesa da Grifinória, e surpreendentemente encontro o moreno me olhando hipnotizado. Sou obrigado a conter uma risada, mas um pequeno sorriso escapa pelo vão dos meus lábios, como se buscasse encontrar o sorriso de Potter.
Sabendo que ele vai entrar em transe novamente decido lhe direcionar uma piscadinha, acompanhada por um curto sorriso não proposital, que sai voluntariamente quando vejo a maneira fascinada com que ele me olha.
- Definitivamente babando... - Respondo, dando de ombros. Em seguida completo a frase com um sorriso travesso. - Mas, vamos ser francos, quem não baba para essa gostosura aqui?
- Pronto, agora a autoestima de Draco Malfoy tornou-se ainda mais inabalável. - Pansy retruca, revirando drasticamente os olhos e deitando o rosto sobre a mesa, aparentemente está suplicando para que Merlin me impeça de abrir a boca novamente.
- E algum dia a autoestima dele não foi surrealmente alta e insuportável? - Goyle rebate, se esgueirando para o assunto. Pansy ri em resposta fazendo um "high five" com ele. Blásio apenas dá uma risada contida.
- Se aliaram contra mim agora? - Protesto, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas.
- Claro, pensei que soubesse que só andamos com você, porque você é milionário. - Blásio caçoa e os outros gritam em concordância enquanto dão risada. Não me contenho por muito tempo e rio junto com eles.
- E depois sou eu o insuportável, né? - Contesto, dando um soco sutil na perna de Blásio, enquanto mostro o dedo do meio para os outros dois.
Repentinamente um silêncio invade o Salão quando Minerva McGonagall levanta de sua cadeira, chamando a atenção dos alunos para si.
A diretora se encontra deliberadamente impecável. Minerva não é nenhuma criança ou um exemplo de beleza padrão, porém sua postura e sua autoridade são incomparáveis. Acredito que esse seja um dos motivos pelo qual ela e Dumbledore sempre foram tão próximos.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...