Capítulo 17: Minha causa

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Draco

Dia 26 de outubro (quinta-feira)

Já faz quase uma semana desde quando acordei, Harry não veio mais me ver desde aquele fático dia, por mais que, no fundo, isso me doa sei que minha decisão foi o melhor para ele, em algum momento eu iria acabar o prejudicando, seja a sua imagem na mídia, seja a visão das pessoas sobre ele ou o colocando em risco, como aconteceu com a situação com McLaggen, Córmaco poderia ter o atacado e não sei se conseguiria viver com mais esse peso nas costas.

Além de que, depois de tudo que eu fiz, não estou no direito de o ter por perto, o salvador com um ex-Comensal... não me parece algo agregador para ele.

Logo após a sua saída naquele dia Pansy e Goyle vieram me ver, me enchendo de perguntas sobre como eu estava me sentindo e informando que matariam Córmaco com as próprias mãos se pudessem, Blásio demorou mais algumas horas para aparecer, parecendo bem menos interrogativo que os outros, satisfeito em apenas observar cada milímetro do meu corpo para confirmar que nada estava fora do lugar.

O olhar acusador que me lançou quando Pansy nos deixou sozinhos por alguns segundos foi o suficiente para que eu entendesse que ele já sabia o que havia acontecido comigo e com Potter, e que assim que recebesse a primeira oportunidade me encheria de poucas e boas, graças a Merlin essa chance ainda não apareceu.

No dia seguinte do meu despertar, Minerva veio conferir como eu estava e ia começar a falar comigo sobre McLaggen, mas Madame Pomfrey a impediu, dizendo que eu ainda precisava de repouso antes de ser interrogado e lotado de informações, Pansy mesmo sem autonomia nenhuma sobre a decisão concordou com ela.

Pedi para Blásio e Goyle me contarem o que aconteceu com o garoto que me torturou, mas ambos seguiram as recomendações da Madame Pomfrey e evitaram entrar no assunto, a única coisa que me confirmaram foi que Córmaco e seus capangas foram pegos.

Agora estou aqui me arrumando porque finalmente recebi alta, espero conseguir respostas mais concretas daqui para frente.

- Estranho não termos nos esbarrado com Potter nenhuma vez até agora - Pansy comenta, assim que entra na enfermaria seguida dos outros dois. - já que quando você estava inconsciente o encontrávamos aqui todos os dias.

- Fomos obrigados a arrastá-lo para fora umas três vezes - Goyle fala, revirando os olhos. - porque ele não queria ficar longe de você de jeito nenhum.

- Parecia que ele pensava que a qualquer momento você iria quebrar. - Blásio completa o pensamento, os três se olham como se todas essas frases tivessem sido planejadas e começam a rir.

- Não vi Potter desde que acordei. - Minto descaradamente, me sentando na cama e pegando um livro na mão para evitar falar sobre o assunto, mas os três permanecem sendo insistentes.

- Isso é muito estranho, afinal durante um tempo eu realmente acreditei que ele pudesse ter algum tipo de desmaio porque não estava indo a nenhum banquete só para não sair de perto de você.

- Então... como - Começo a falar preocupado, porém Blásio me corta antes mesmo que eu formule a frase.

- Não me pergunte como e nem quando ele comeu, pois, é uma pergunta que não sei a resposta.

Zabini exprime, se escorando na janela e girando uma bola na mão, que se assimila a um pomo de ouro, esse objeto automaticamente me lembra Potter, por esse motivo fecho os olhos, dedicado a afastá-lo da minha mente, ignorar o fato que Blásio acabou de apresentar, contudo, a preocupação fala mais alto.

- Desde que acordei... ele tem ido nos banquetes? - Pergunto para Pansy, que dá de ombros.

- Tem sim, parece que aquela sangue-ruim tem o forçado o comer. - Por uma razão inexplicável o uso da palavra sangue-ruim faz com que meu corpo se arrepie por inteiro, se fosse há alguns anos eu teria dado risada, porém agora, depois de tudo, a única coisa que consigo sentir dessa palavra é nojo.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora