Capítulo 14: Crucius

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Harry

Draco está lindo, belo, maravilhoso, encantador, não sei se existe uma palavra ideal para descrever o quão estonteante ele está nessa noite, usando uma camisa social branca que aparece só a gola porque está toda coberta pelo terno inteiramente preto, sua gravata é prateada assim como o lenço em seu bolso, o detalhe que o difere da maioria é o broche de cobra estampado no seu terno, todos os alunos da Sonserina usam um.

Eu pensei em me aproximar hoje à noite, o provocar, continuar nosso jogo, mas não estava nos meus planos a pequena discussão com Córmaco, entretanto, assim que o vi humilhando Malfoy enquanto ele visivelmente não estava fazendo nada, uma onda de raiva tomou conta de mim, só não o azarei porque estava mais preocupado em tirar Malfoy daquela multidão.

Não sei porque senti tanta vontade de entrelaçar nossas mãos, sinceramente não sei nem quando a vontade apareceu, de uma hora para outra nossas mãos já estavam entrelaças e nenhum de nós pareceu disposto a separá-las.

A última vez que ficamos tão perto lembro de pensar que todo o seu corpo era frio, mas dessa vez seu toque foi quente, me senti queimar por dentro, como se meus órgãos todos entrassem em colapso, é isso que Malfoy tem feito comigo, me colocando em colapso.

Também não tenho a mínima ideia de como surgiu a loucura de querer dançar com Malfoy, não é loucura porque tenho vergonha dele ou medo da reação das pessoas, mas sim porque simplesmente essa aproximação toda não faz sentido, se me falassem há um mês que eu estaria dançando com Malfoy tão próximos como estamos agora eu chamaria a pessoa de maluca.

Assim que paramos bem no meio da pista de dança, a música Making Love Out Of Nothing At All começa a tocar, e nunca na minha vida eu quis tanto que o som fosse eliminado da existência, porque a música se encaixa um pouco demais nessa situação, de um jeito desconfortável demais para aceitar.

Contudo, não posso fugir agora, sequer consigo enquanto Malfoy me olha tão profundamente como agora, tão temoroso com as pessoas ao nosso redor, não posso abandoná-lo agora, não quero.

- Olhe para mim, não para elas. - Digo, colocando sua mão livre na minha cintura, erguendo as que estão entrelaçadas para cima.

- Ainda não sei se isso é uma boa ideia. - Admite, quando começamos os primeiros passos da dança.

- Conhece essa música que está tocando?

- Conheço.

- Sabe que tem uma parte que diz "você realmente quer me ver rastejar?"

- Sei, por que essas perguntas?

- Porque eu vou te fazer a pergunta da música, você realmente quer me ver rastejar por uma dança? - Pergunto, com minha melhor expressão de manipulação, que é completamente desmanchada quando Malfoy sorri naturalmente, como ele fica lindo sorrindo.

- Querer eu até quero, mas não faça isso, vai parecer que está me pedindo em casamento.

- Ó, Draco Malfoy, você quer casar comigo? - Zombo, feliz por ele estar parecendo mais leve.

- Claro, posso te matar e ficar com sua herança. - Responde, me fazendo rodopiar, o que me faz rir ainda mais.

- Que horror! Casaria comigo apenas por interesse? - Finjo estar decepcionando quando retorno para seus braços.

- Obviamente, qual outro motivo eu teria?

- Minha beleza? Meu carisma? Sua visível paixão por mim?

- Sua prepotência? Sua visível falta de neurônios?

Ficamos em silêncio, a música ecoando no ambiente, por alguns instantes tudo parece vazio, como se o mundo tivesse se calado, é a primeira vez que não ouço o mundo gritando ao meu redor, a única coisa que consigo prestar atenção é em Malfoy, não sei se isso é aterrorizante ou reconfortante.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora