Capítulo 42: Livres

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Harry

Transferir Draco para o St. Mungus iria expor publicamente a situação aos holofotes da mídia, e nós sabíamos disse desde do minuto que concordamos em trazê-lo, mas é surpreendente como dez minutos depois dele ter dado baixa no Hospital os repórteres começaram a se aglomerar na entrada e na sala de espera, alguns até mesmo tentaram sorrateiramente entrar na sala de exames quando ele foi levado para lá há algumas horas. Os medimagos nos mandaram esperar no quarto para onde será levado após sair dos exames, o qual paguei para que ele possa ficar sozinho, afinal já tem atenção demais em cima de alguém inconsciente, quando acordar não precisa de mais foco ainda.

Mas esperar é angustiante, não saber o resultado dos exames iniciais, não saber o que Pomfrey descobriu quando o atendeu, muito menos o que os medimagos descobriram, não ter conhecimento sobre absolutamente nada, é desesperador, principalmente depois de quase duas horas sem nenhuma notícia dele. Hermione, Rony e Gina chegaram aqui assim que as noticiais sobre a internação do Draco começaram a correr pelos jornais, mas não foram autorizados a entrar por não serem da família, Goyle também foi deixado de fora dessa, eu por outro lado fui apresentado por Narcisa como "companheiro do filho dela" logo consegui autorização para entrar.

Ficar em silêncio, sem meus amigos, sem Draco, sem nada, faz com que o medo e os pensamentos que tenho tentado evitar desde que acordei se tornem tão claros na minha mente que estou começando a sentir vontade de me trancar em um lugar isolado, apenas sentindo a dor que eles me causam. As frases agressivas de Theodore, o pânico nos olhos de Draco antes e depois que Lucius chegou, a dor dilacerante da Cruciatus, os gritos estridentes do loiro, a preocupação em saber o que está acontecendo com ele, todas essas lembranças e emoções vibram a flor da pele, como se fossem queimaduras expostas a um calor que as faz latejar novamente.

Mas o pior de tudo não são as memórias horripilantes que tenho daqueles momentos, são as memórias que não tenho, o tempo que fiquei inconsciente, que não fiz nada para ajudar Draco, que simplesmente fui um ser indiferente no instante que eu mais precisava ser presente. Sobrevivi a Maldição da morte, lutando contra o maior bruxo das trevas minutos depois dela ter entrado em contato com meu corpo, mas praticamente desfaleci com a Cruciatus, fiquei inativo como se alguém tivesse me desligado da tomada, Hermione diria que "você também um ser humano, Harry, está propício a se machucar também", porém é complicado se segurar nesse pensamento quando eu estou intacto e Draco está hospitalizado.

- Como entrou aqui? - Ouço a voz de Narcisa, e não demora muito tempo para Rita Skeeter se sentar na cama ao meu lado como se fosse uma convidada muito bem-vinda.

- Eu preciso chamar os seguranças? - Questiono arqueando a sobrancelha, porém já sem forças para ser mais agressivo do que isso.

- Ah, Harry, preciso de apenas algumas palavrinhas suas. Como alguns detalhes sobre seu relacionamento com o Malfoy.

-Skeeter, você sabe que ainda temos as provas sobre você ser um animago ilegal, e que posso usá-las agora mesmo?

- Pense comigo... - Ela se aproxima mais um pouco com seus óculos pendendo sobre o nariz arrebitado - Eu tenho informações que você adoraria saber sobre a investigação da morte de Theodore Nott e as darei com prazer se apenas me responder algumas perguntinhas sobre seu romance com Malfoy.

- Que tipo de informações?

- Do tipo que podem colocar Malfoy na cadeia. - Sinto meu corpo inteiro gelar dos pés a cabeça, eu esperava que o Ministério faria um esforço para culpabilizar Draco por Lucius ser seu pai e tudo mais, mas nunca imaginei que isso chegaria a um ponto tão drástico assim.

- Eu e Draco estamos... construindo um relacionamento amoroso, o qual ainda não tivemos a oportunidade de nos aprofundar mais por conta do ataque. - Acordos com Rita Skeeter não são confiáveis, mas nesse momento me parece a única opção. - Agora me diga o que sabe.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora