Draco
Dia 14 de dezembro de 2000
Depois de pedir ao Ministério com uma semana de antecedência para poder dar uma passada em Hogwarts conversar com o Slug sobre algumas dúvidas que ando tendo na matéria, duvidas que estão sendo difíceis de se solucionar considerando que ele tem ignorado todas as minhas corujas, espero de coração que não tenha sido proposital, agora estou aqui, de volta a esses corredores.
Já faz praticamente um mês que estou tendo aulas em casa, é estranho, no passado eu diria isso é pouco tempo, mas com Harry as coisas são tão marcantes que parecem passar mais devagar, um mês convivendo com ele se assemelha a uns três meses, pelo menos a sensação é essa, e é incrível, poder viver tantos dias dentro de trinta, a realidade é que não seria assim tão incrível se não fosse com ele, Harry é a minha nova definição de coisas incríveis.
Demoro quase uma hora procurando Slug e mais uma hora debatendo sobre o conteúdo até que finalmente sinto que compreendi, pelo menos a maior parte das coisas, então decido ir atrás dos meus amigos, porque se eles souberem que vim para Hogwarts sem vê-los, provavelmente amaldiçoarão até minha oitava geração.
— Draco! O que faz aqui? – Pansy berra assim que piso na comunal, jogando-se nos meus braços, retribuo o abraço, a rodopiando no ar.
— Vim conversar com o Slug, aproveitei para dar um oi – explico, soltando-a para cumprimentar os outros com um tapinha nas costas.
— Acho bom, porque eu achei ridículo você convidar o Blásio para sua nova casa, mas não nos convidar. – Fuzilo Blásio com o olhar, pelo que me lembro, pedi para não contar sobre isso para Pansy, justamente por essa reclamação que eu sabia que viria.
— Se eu fosse vocês, também iria querer ser eu. Invejosos. – Zabini leva a mão ao peito, forçando uma expressão de soberania que faz Pansy dar um tapa no seu braço.
— Sim, Zabini, agarre seu ego e vá se ferrar.
— Que agressiva, meu amor – debocha, apertando a bochecha da morena, que pisa no pé dele para que se afaste, ato que faz eu e Goyle quase morrermos engasgados com nossa própria risada.
— Não me irrite e depois me chame de amor, da próxima vez vou te amaldiçoar.
— Pelo visto nada mudou por aqui. – Digo, rindo da discussão que esses dois sempre tem, qualquer um de fora do nosso ciclo de amizades acreditaria que eles se odeiam, não que namoram.
— Mudou, ela não pode mais te xingar enquanto xinga o Zabini, sinceramente? Meus ouvidos agradecem. – Goyle fala, caindo na risada.
— Nossa, vocês estão doidinhos para morrer hoje. – Pansy dá dois passos na direção de Goyle, ameaçando bater nele, atitude que basta para ele pular para apavorado trás do sofá.
— Não os mate na minha frente, vai que o Ministério joga a culpa em mim – peço, ironizando o jeito tão amigável como o Ministério me trata.
— Falando nisso, eles te liberaram para vir aqui ou você fugiu e eu tenho que me preparar para ludibriar o Ministro da magia de novo? – Blásio pede, sentando-se.
— Não, eles liberaram, "liberaram", tem dois aurores me rondando pela escola inteira, inclusive um não está nem tentando disfarçar, tá literalmente parado do outro da porta.
— Se eu abrir a porta e manda-lo a merda vou ser presa? – Pansy pergunta, já pronta para seguir até a porta.
— Possivelmente.
— Argh! O mundo está muito sensível hoje em dia.
— Já pararam para pensar que talvez nós sejamos os errados? – falo, e um silêncio se instaura no ambiente no mesmo instante, até que começamos simultaneamente a dar risada, porque sim, isso foi uma piada.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...