Draco
Nunca na minha vida eu imaginei que sentiria tanta falta de duas coisas, dormir e beijar Harry, nos últimos dias as coisas tem sido extremamente maçantes, passamos o dia inteiro atrás de provas, informações, vestígios, qualquer coisa que possa nos ajudar em nossos planos que aparentemente são tão complicados que nos impedem de existir sem ser pensando neles, de noite praticamente não trocamos uma palavra antes de cabotarmos, bem resumidamente nossa vida agora gira em torno dessas buscar incessáveis, que não estão nos levando a lugar nenhum.
Às vezes Harry me atualiza sobre como estão as coisas pro lado dele, conta sobre o plano e o que procuram no momento, mas assim que começo a prontificar para ajudar, ele se fecha imediatamente evitando me contar qualquer outra coisa. Harry me quer longe desse seu plano, e não posso culpa-lo, também evito ao máximo falar sobre o meu desenvolvimento no plano, sabemos que se falarmos demais vamos acabar desfocando o outro do foco principal e nós dois certamente não queremos isso.
A maioria das pessoas de certa forma se mudou aqui pra casa, Blásio, Goyle e Rony já montaram acampamento aqui, não saem de jeito nenhum - já tentei expulsá-los tantas vezes que perdi as contas - o resto do pessoal chega tão cedo que parecem que também estão vivendo aqui, portando trabalho e mais trabalho.
- Sabe que podemos usar o suborno contra ele, não sabe? - Abro a porta do quarto no mesmo minuto que Hermione começa a falar sussurrando logo a frente dela, assim que percebo a fecho delicadamente, mantendo apenas uma fresta aberta para poder dar uma "conferida".
- Usar o suborno contra Rufus, além de fuder com toda a minha integridade perante a opinião pública, vai fazer parecer ainda mais que Draco só está solto porque o "Santo Potter" deu um jeitinho, vão tirar credibilidade da bondade dele.
- Harry, essa é simplesmente uma arma que não podemos perder tão fácil assim. - Rony retruca, Harry cruza os braços, não enxergo direito, mas tenho quase certeza que o moreno acabou de revirar os olhos pensando em alguma resposta com sentido.
- O que vocês querem que eu diga? "Oi, inocentem o meu namorado, porque tipo eu a certo ponto de vista subornei o Ministro da Magia para que ele separasse uma união entre as duas maiores famílias bruxas do mundo, então o ajudei a prender um homem que fugiu e matou o Nott". Eles vão achar que eu sou um asno por expor isso publicamente.
- Harry, você é um asno todos os dias, aí no dia que precisa ser, você decidiu que virou um gênio da lógica e da razão. - Granger fala de uma forma passivo-agressivo, todavia mesmo assim ainda é perceptível a raiva começando a se sobressair em seu tom de voz.
- Cara, você caça encrenca desde do primeiro ano, agora está fugindo dela sem nenhum pequeno motivo.
- Eu não saio por aí procurando encrencas, as encrencas...
- Que vem ao meu encontro. Já conheço esse discurso, Harry, é tão fajuto quanto essa desculpa que você está nos dando para não usar uma das melhores armas que temos.
- Draco ainda não sabe, não é? - Weasley é quem faz o acréscimo que eu estava esperando por esse feito, todo esse assunto, toda essa questão de suborno, é um assunto que eu nunca sequer havia ouvido na minha vida e agora esse parece ser um assunto decisivo para nós dois, então por que eu não sei? O que pode ser tão ruim que Harry prefere esconder do que escancarar como tem feito desde do dia que voltamos a nos falar.
- Não.
- Merlin, Harry, como você pode estar sendo tão inconsequente? Você precisa contar, é uma informação que tanto nós quanto a acusação podem usar. Ele precisa saber. - No momento que as palavras saem da boca de Hermione, tomo a decisão de finalmente abrir a porta por completo, cruzando os braços e me escorando nela.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...