Capítulo 29: Importância

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Draco

Queria dizer que sei descrever como me sinto, qual é o sentimento que me domina nesse momento, porém não sei, porque nunca havia me sentido assim antes, sentido tanta vontade de chorar de emoção por uma coisa tão banal, nunca sorri tanto como agora, que minha boca chega a estar doendo por ficar tanto tempo sustentando um sorriso animado, nunca abracei ninguém com tanta vontade, com tanto carinho, com tanto agradecimento,

Queria dizer que sei descrever a sensação de estar tão imensamente feliz que o sentimento extrapola pelo meu peito e nem sequer tenho ideia de como reagir, mas não sei como retratar todos esses sentimentos novos e... incríveis, a única coisa que consigo dizer para resumir tudo isso em duas meras palavras é: Harry Potter.

Harry tem se mostrado o motivo de todos os meus sorrisos descontrolados, todas as minhas vontades malucas, todos os meus sentimentos indecifráveis e todas as minhas realizações que eu nem sabia que queria realizar até me aproximar dele.

Eu deveria ter tudo, tudo que quisesse, considerando que venho de uma das antigas famílias mais ricas do mundo bruxo, porém não tive nem metade das coisas que quis, Lucius me dava o que ele queria que eu quisesse, não o que eu queria, nunca escolhi a cor do meu quarto, nem as roupas no guarda-roupas, muito menos os brinquedos que gostava ou não, minha vida foi toda arquitetada para seguir os sonhos e desejos de Lucius, jamais os meus.

Por isso é tão satisfatório entrar em um carro trouxa, com tintas na mão, para pintar a parede do meu quarto da forma que eu bem entender, se quiser pintar de várias cores diferentes eu posso, se quiser fazer algo monótono também posso, entretanto, a realização não é tanto pela cor ou pela pintura, é pelo direito de escolher, o direito de tomar a minha própria decisão, essa liberdade é boa, é ótima e qualquer outro sinônimo que essas palavras possam ter.

- Se você não me ajudar a levar essas coisas para cima eu vou é te pintar de verde. - Harry ameaça, pegando duas latas de tinta na mão e deixando os outros equipamentos no carro para eu pegar, os quais ainda não tenho ideia para que servem.

- Eu me sinto obrigado a perguntar, você tem certeza que sabe pintar uma parede sem magia? Mais uma, por que vamos pintar sem magia? - Pergunto, assim que largo os objetos em cima de uma mesa que ele transfigurou no quarto para colocarmos as coisas.

- Primeiramente, sim, eu sei, inclusive fui eu que pintei meu quarto. - Ele aponta para o quarto do outro lado do corredor, a porta está aberta então dá para enxergar a pintura sem precisar ir até lá.

- Eu nunca entrei no seu quarto, mas só por essa vista da porta, posso declarar que você não sabe pintar uma parede. - As cores são tão destoantes e chamativas que sinto que podem me cegar se eu olhar durante muito tempo.

- Veremos. - Harry responde, me jogando um pincel, eu acho que é esse o nome.

Gradativamente ele começa a me explicar para que serve cada objeto, o pincel, o rolo, as lonas que comprou para cobrir o chão e o teto, e alguns outros pequenos equipamentos que não vejo necessidade de decorar, porque provavelmente não irei usar.

- Antes de começarmos precisamos transformar essa tinta verde em fosforescente. - Aparentemente achar uma tinta verde fosforescente é meio complicado, então procuramos o tom de verde mais semelhante possível e chegamos à conclusão que podemos usar magia para chegarmos ao tom que eu quero, porém, Harry deixou bem claro que esse será o único momento que ele me deixará usar magia durante toda essa pintura.

Ainda tenho minhas dúvidas sobre essa loucura de pintar sem usarmos magia, mas assim que terminamos de instalar a lona e Harry parece animado quando dá a primeira pincelada, percebo que esse é um dos momentos que preciso simplesmente viver sem pensar demais, arriscar, me entregar, e... afinal o que é a vida sem um pouco de risco?

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora