Capítulo 10: Compatíveis

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Harry

Quando entro de volta na comunal olho ao redor buscando identificar algum rosto conhecido, como não encontro nenhum me permito suspirar ao me escorar na parede.

Desde do dia que nos encontramos na biblioteca e deduzi precisar de um plano mirabolante para que Malfoy me desse abertura não foi muito difícil pensar em uma forma funcional de executar esse esquema. Malfoy nunca foge de um desafio, pelo menos não quando o desafio vem de mim, sabia que se eu propusesse algo que ele teria que se aproximar para vencer ele com certeza concordaria apenas pela satisfação de me ver ou tentar me ver perder.

A única coisa que eu realmente tive que me esforçar para pensar foi o que faria Malfoy prestar atenção na minha proposta, não poderia ser algo que ele pudesse solucionar muito rápido, como um duelo ou uma disputa no campo de quadribol, precisava ser algo que nunca havíamos feito antes e também que ele precisasse gastar tempo se aproximando de mim por mais do que somente alguns poucos minutos.

Como eu ainda estava com a frase de Luna, sobre nós nos amarmos, se reproduzindo repetidas vezes na minha mente, foi com esse conceito que me surgiu a ideia desse jogo provocativo. Não tinha muito conhecimento sobre os casos de Malfoy por Hogwarts, mas pedindo ajuda as pessoas certas, Gina e Dino que são amigos de todo mundo em qualquer comunal, descobri rapidamente que Malfoy já teve casos em quase todas as comunais, pelo que descobri a comunal com a menor quantidade de amantes de Draco Malfoy foi na Lufa-Lufa.

Ele está acostumado a conseguir toda e qualquer pessoa que quiser na palma de sua mão, clamando por uma chance com o loiro, então que oferta melhor do que dizer que ele tem a oportunidade de fazer o salvador do mundo bruxo, o seu maior rival, ficar caído aos seus pés?

Malfoy ficaria realizado se conseguisse provar que pode fazer literalmente qualquer um se apaixonar por ele, inclusive eu, por isso a única coisa que tive que fazer foi lançar a isca para ele, a qual agarrou sem nenhuma contestação.

Sinto-me despreocupado sobre me submeter a entrar nesse jogo, porque me dará a oportunidade de ficar próximo o suficiente dele para tentar ajuda-lo, além disso, sei que não corro nenhum risco real de desenvolver qualquer sentimento por ele que difira de uma amizade, estamos falando de Malfoy eu nunca me apaixonaria por ele, não depois de tudo que já vivemos.

Com certeza não fazia parte dos meus planos ele ir me procurar pouco tempo antes da janta, após termos ficado uma semana evitando até mesmo nos olharmos nos corredores. Assim que nos olhamos pude ver em seus olhos um desespero, e é incomum conseguir identificar as emoções de Malfoy tão facilmente assim, ele as oculta muito bem.

A maneira como não soube explicar o que estava fazendo na frente da minha comunal e o porquê estava me procurando deixaram evidente que ele veio parar aqui em um momento de descontrole, como se involuntariamente tivesse sigo guiado nessa direção.

É esse pensamento que me deixa cismado, por qual motivo a primeira pessoa que ele pensou fui eu? Mesmo que tenha sido de maneira involuntária o primeiro lugar onde seu subconsciente pensou que fosse encontrar um apoio, ou algo assim, foi na minha comunal, foi comigo.

Por mais que essa noção seja confusa não consigo impedir o sorriso prazeroso que me envolve quando penso que de certo modo ele confia em mim, mesmo que nunca vá admitir isso em voz alta.

Vários lances do momento anterior dispararam na minha cabeça, a maneira descontraída como ele estava sentado no chão, naturalmente, parecia até uma pessoa normal, não o Malfoy arrogante e mesquinho de sempre.

Deleito-me na lembrança de suas bochechas coradas quando ele se desequilibrou e teve que se segurar em mim, Malfoy consegue ficar ainda mais charmoso do que o costume quando está com vergonha, foi tão terna a forma desesperada como ele tentou disfarçar, se balançando de um lado para o outro de uma forma bem incomum.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora