Draco
- Olha se não é o nosso mais novo cidadão livre do pedaço. - Jorge fala, assim que atravesso a porta de entrada da Mansão Malfoy, ao mesmo tempo Luna e Hermione estouram alguns confetes. Começando a bater palmas animadas.
Eles decoraram todo o lugar com faixas coloridas escritas "Liberdade", bem no meio da sala tem uma pouco maior com vários detalhes em verde e prata - inclusive uma cobra desenhada na ponta direita - que diz "Bem vindo de volta ao lar". Mordo o lábio para conter mais lágrimas, já chega de chorar por hoje, está na hora de sorrir, de gargalhar, de vibrar. Ter tantos amigos felizes por mim desse jeito e vindo me abraçar torna tudo ainda melhor, me aquece por dentro de uma forma indescritível.
- Como foi a cara dele quando soube do seu defensor? - Gina sussurra no meu ouvido quando passa os braços em volta do meu pescoço para me abraçar.
- Foi demais, eu juro que queria ter tirado uma foto. - No começo eu não tinha ideia de quem chamar para me defender, até um dia que Gina chegou aqui trazendo uma carta que o pai e a mãe dela haviam pedido para ela entregar para mim. Pensei em mostrar para Harry no mesmo minuto, mas a Weasley fêmea me avisou que o senhor e a senhora Weasley tinham dito que preferiam que eu lesse sozinho, então assim fiz.
"Querido, Draco
Aqui é a Molly, não insista em me chamar de senhora, soubemos do que está acontecendo com você. Ah, Draco querido, nós sentimos tanto que você esteja passando por isso, por mais que não tenhamos conversado muito eu sei que é um bom menino, seus olhos disseram isso na primeira vez que nos vimos.
Queria ir lhe visitar, pensei até em fazer um bolinho, mas Gina e Rony falaram que você precisava se concentrar na sua defesa, então não quis causar distrações, mas eles também comentaram que você ainda não arrumou um defensor no Ministério. Eu não entendo nada de leis e essas burocracias todas, mas Arthur entende e disse que você precisa URGENTEMENTE de um.
Por isso, Draco querido, Arthur pediu para avisar que está a sua disposição caso você precise, ele não é o melhor defensor do mundo, - não conte a ele que eu lhe disse isso - mas acho que pode ajudar se for necessário.
Se cuide e se alimente bem, não deixe que essa confusão te deixe ainda mais magrinho.
Com amor, Molly.
PS: Quando Ginevra e Ronald pararem de me atordoar, vou ai lhe dar um presentinho."
Com toda a sinceridade eu devo ter passado uns vinte minutos lendo e relendo aquela carta, contendo lágrimas e sorrindo de orelha a orelha, acho que aquela foi a maior demonstração de carinho - tão visível - que eu já recebi na minha vida. Depois de me apaixonar ainda mais pela senhora Weasley, pelo amor que ela emana, acabei realmente percebendo que chamar o senhor Weasley seria uma ótima ideia, primeiro que ele conseguiria preparar bem uma defesa, conseguir as provas, sem que ninguém desconfiasse e tentasse atrapalhar, porque ninguém esperaria que eu o chamasse, ele nunca havia feito isso, não seria alguém que deduziriam. Segundo que por alguma razão meio inexplicável eu confio nele, de verdade.
Não quis contar nada a Harry porque se ele soubesse provavelmente iria querer ir até a Toca todo dia para ver como estavam as coisas, o que acabaria ficando suspeito demais. Então Gina me ajudou a passar todas as informações que conseguimos para ele sem que eu precisasse ir até lá, eu escrevia uma carta contando tudo, ela ia para casa e a entregava para o pai. Tão simples, tão rápido e ninguém desconfiou de absolutamente nada.
Tenho certeza que a esse ponto Harry já deve ter percebido que Gina estava envolvida nesse plano todo e tenho também certeza que ele vai matar ela mais tarde. A ruiva me solta dando risada, fingindo cortar a própria garganta quando seu olhar se cruza com Harry e isso me faz rir ainda mais.
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Dois Opostos
FanfictionDizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. Foi isso que a Segunda Guerra Bruxa fez com Harry Potter e Draco Malfoy. Um sobreviveu a pressão de ser o eleito, aos traumas de presenciar...