Capítulo 38: Favorito

7.3K 803 1.9K
                                    

Harry

— Você parece um velho rabugento. – Falo, revirando os olhos quando Draco reclama pela décima vez que a casa está uma bagunça e que nunca conseguiremos arrumar tudo a tempo.

— Isto está em um estado catastrófico. - Ele reafirma, pegando a varinha para fazer várias vassouras voarem pela casa, limpando cômodo por cômodo.

Monstro parece tão nervoso quanto o loiro, porque passa correndo com vários objetos em mãos como se estivesse procurando um bom lugar para posicioná-los, eu ainda acho que os objetos estavam ótimos antes, mas minha opinião não está valendo de muita coisa hoje.

— Duvido que a sua mãe passe a mão em cada móvel da casa, respire. - Comento, respirando aliviado ao terminar de lavar os últimos copos, os quais Draco me obrigou a limpar um por um, sendo detalhista ele me fez lavar toda louça que temos.

— Bom, isso mostra que você não conhece bem os Malfoy's. – Draco retruca, emburrado, mudando a posição dos talhares na mesa pela nonagésima vez.

— Eu conheço você. – Respondo, dando uma piscadinha que o faz rir, parecendo um pouco mais relaxado.

Quando termino de secar a pia, jogo o pano de prato na sua cabeça, rindo de sua expressão assustada.

— Secar é contigo.

— Ela vai odiar. – As mãos de Draco tremem sob o pano e seus ombros estão em uma visível posição de derrota. Quando Narcisa enviou uma carta ontem pedindo se poderia vir nos visitar, eu não imaginei que ele ficaria assim tão nervoso.

Desde que começamos a morar juntos Draco tem esperado ansiosamente por uma visita da mãe, afinal já faz algum tempo que eles não se veem, porém, para poder sair da Mansão Malfoy, Narcisa precisa de autorização do Ministério e ele obviamente não estava a liberando, mas por algum motivo, ainda indecifrável, o Ministério finalmente acabou cedendo, claro que com algumas "medidas de segurança", isto é, além de aumentar a guarda em volta do Largo Grimmauld, Narcisa também vira acompanhada de alguns aurores.

Assim que Blásio, Goyle e Pansy foram embora, em torno das três da manhã, após beberem e ganharem uma fortuna uns dos outros com suas brilhantes apostas sobre minha relação com Draco, um auror tocou nossa campainha para nos entregar uma carta enviada por Narcisa, onde ela pedia se podia vir nos visitar, na verdade, foi mais um aviso, porque nela dizia para a esperarmos na hora do almoço.

Draco inicialmente riu como se lesse uma piada, mas quando finalmente aceitou a realidade da situação, começou a surtar falando que precisávamos arrumar a casa que estava em um "estado catastrófico" e desde então não parou mais, por isso cá estamos, com o loiro em desespero às onze e meia da manhã, sem nem termos tomado café direito, porque "iriamos perder tempo de arrumação".

Toda essa situação me levou a duas conclusões, a primeira é que Draco realmente preza muito pela aprovação da mãe, porque a simples ideia de tudo não estar perfeito, o apavora intensamente.

A segunda conclusão é que ele é ainda mais paranoico do que pensei que fosse. Nunca imaginei que veria uma doninha quase tendo um colapso nervoso.

— Draco... – O chamo, pegando em seus ombros, fazendo-o se virar para mim. — Você está impecável, a casa está impecável. Vai ficar tudo bem.

Levo a mão até seu queixo, o erguendo o suficiente para que o loiro olhe nos meus olhos e enxergue alguma segurança ali para poder se agarrar. Mexo em seus cabelos, rindo quando ele me fuzila com o olhar como uma fera raivosa, a um passo de berrar sobre como ouso bagunçar seu cabelo numa hora dessas.

Dois OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora