Capítulo 80: Jura de dedinho

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Harry

E em torno de um minuto após o aparatar da morena, a claridade começa a cessar, trazendo a normalidade de volta ao ambiente.

Robson abre os olhos, percebendo que não é o irmão que está o segurando, com essa percepção ele começa a se remexer, descontrolado, procurando por sua varinha, a qual peguei assim que o levantei do chão.

- Se acredita que eu iria te deixar armado, você é mais burro que seu irmão. - Sussurro no seu ouvido, não contendo o sorriso irônico ao vê-lo tentar cuspir no meu rosto.

Carter continua de olhos fechados, porém gradativamente começa a se levantar, agarrando-se na parede, recuperando suas forças. Leva a mão até a cabeça, executando movimentos circulares na sua testa, como se isso pudesse o fazer recobrar a noção.

Como estou sem varinha e não posso usar a varinha de Robson contra ele próprio, retiro a arma trouxa do coldre, destravando-a e carregando o cartucho, passo meu braço pelo pescoço do criminoso, apontando a arma para a sua cabeça.

- Abra esses seus olhos, Carter, você não era imbatível? - Grito estupidamente, com os dentes cerrados, permitindo que finalmente todo o ódio que tenho armazenado durante meses se exploda.

Rinx abre os olhos, demorando algum tempo até tomar conhecimento total sobre a situação, ao dar-se conta do que está acontecendo, endireita sua postura, forçando um sorriso asqueroso, entretanto sua voz não condiz com sua falsa expressão, porque ela sai tão agressiva quanto a minha.

- Ora, ora, ora, você realmente é uma caixinha de surpresas, senhor Potter.

- Eu disse que não era eu que deveria ter medo. Achou mesmo que te deixaria sair em impune? Depois de tudo que você fez, realmente acreditou? Foi tão ingênuo?

- Tudo bem, parabéns, eu admito minha ingenuidade. - Carter retruca, batendo palmas desaforadas. - Agora me diga, como conseguiu trazer um auror para cá sem quebrar o voto?

- Porque eu não trouxe auror nenhum. - O olhar de surpresa no seu rosto, vale por várias asneiras que tive que ouvir nos últimos dias. - Ó, Carter, que decepção, você sequer percebeu as brechas que deixou nos seus pedidos, pobre Rinx, tão ambicioso, mas tão cego.

A raiva vibra nos seus olhos, ele dá um passo à frente, tão violento que me risco a dizer que Carter gostaria que a violência do seu passo tivesse me atingido.

- De mais um passo, e eu mato o seu irmão. - Ameaço, pressionando ainda mais a arma contra a cabeça de Robson.

- Você não faria isso, é bom demais para atirar em alguém desarmado. - Rinx fala com tranquilidade, dando de ombros com indiferença.

- Não faria? - Dou um riso quase histérico, antes de atirar no braço do mais novo, que solta um grito agudo e angustiante caindo no chão de joelhos.

Carter me olha com os olhos arregalados, é visível que acreditava fielmente que eu não atiraria. Não mataria alguém desarmado, Rinx está certo nesse ponto, porém sei onde atirar em alguém sem matar, o tiro que dei não atingiu nenhuma veia, se Robson continuar o pressionando por mais algum tempo, não terá nenhum resultado catastrófico, popularmente falando foi "um tiro de raspão".

- Não faria, Rinx? Se eu fosse você pararia de duvidar de mim.

- Tudo bem, Potter, tudo bem. - Carter ergue os braços, como sinal de rendição. - Vamos conversar, o que você quer?

- O que eu quero? - Sorrio maquinalmente - Olha, querer eu queria que você se matasse, mas infelizmente minha obrigação como auror é te levar com vida, então gostaria que você se entregasse, imediatamente.

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