18.

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FABIANA.

Algumas semanas depois...

Já faz quase um mês que a minha rotina tá uma mega correria. É um tal de trabalho/treino e casa que é capaz de matar qualquer um de estresse.

Tá explicado o porque eu ainda inventei de me matricular no mma. Tem que descarregar o estresse na base da porrada. Falando em estresse, quando não tiro na porrada, tiro fodendo né.

Murilo vira e mexe aparece lá na Penha, ou até mesmo vem aqui no meu trabalho e a gente acaba daquele jeitinho.

Tá todo feliz da vida porque o exame de DNA deu positivo e ele se tornou pai. Até eu fiquei feliz, porque no fim das contas, o que fica da gente é os nossos filhos.

Minha sextinha enfim chegou e esse fim de semana seria todo meu. Inclusive mais tarde ia rolar um pagodinho jeitoso na casa do Marreta. É óbvio que eu ia comparecer bem linda e afrontosa.

Quando eu saí da loja, fui direto buscar Gabriela na escola. No portão que ainda estava fechado, encontrei a tal mãe da filha do Murilo.

Fingi que nem vi pra não vim querer render assunto.

📲 Karina ❤️

Cadê você, tá todo mundo
esperando tu! (12:19)

Esperando Gabriela sair.
Vão na frente que eu chego depois. (12:20)

Bruno já perguntou por ela
umas duas vezes... (12:21)

Tu nem sabe, tua sogra acabou
de chegar. (12:21)

Sogra sua, minha não mais.
Quando eu sair de casa, aviso. (12:23)

📲

Guardei o celular no bolso e dei de cara com a Clara na minha frente.

Fabiana: Perdeu alguma coisa em mim? – a encarei.

Clara: Já estou sabendo que você vive pra cima e pra baixo com o MK. Fica sabendo que é só questão de tempo pra eu estar de volta no lugar que sempre foi meu e que nem você e nem qualquer outra que serve de lanchinho pra ele vai tomar. Até porque, eu sou a mãe da filha dele, você já deve saber né? – disse cheia de autoridade.

O tom que ela usou foi tão convencedor que eu teria acreditado se eu não tivesse levado uma conversa com o Murilo na minha casa.

Eu olhei pra baixo, olhei pra ela e comecei a gargalhar.

Imagine se eu ia bater boca por causa de homem que nem meu é.

Os olhares das outras pessoas já caíam em cima de nós. Que ódio!

Odeio confusão e odeio chamar a atenção.

Clara: Tá vendo alguma palhaça aqui? Olha aqui... – a interrompi.

Fabiana: Olha aqui você, fulana que eu nem conheço e também não faço a mínima questão de conhecer. Você pode pegar o Murilo e entrar dentro dele se você quiser. – ela me olhou surpresa – É isso mesmo! Você pega o Murilo e enfia ele todinho no seu orifício anal. Porque eu não bato boca por alguém que não me pertence. E você avisa pra ele que você é a fiel dele, porque acho que ele anda desinformado tá? Por que ele bate nos peitos pra falar que é solteiro. Tenha uma boa tarde.

Cada louca que me aparece nessa vida que eu sou capaz de surtar qualquer hora dessa.

Alguém tem que entender que eu não quero ser fiel de ninguém, só quero transar, ué.

Saí de perto dela e fui pra mais próximo ao portão que já havia sido aberto e as crianças começaram a sair.

Gabriela: Mamãe. – gritou e correu quando me viu.

Fabiana: Oi, meu amor. – peguei ela no colo e a enchi de beijo.

Gabriela: Tava com saudade, manhê. – toda manhosa beijou minha bochecha e deitou a cabeça no meu ombro.

Parti com ela bem linda pra casa e a mona ficou me encarando com a cara dela de cu.

[...]

Gabriela: Olha a minha vovó ali, mãe. – apontou pra onde a Sueli estava, soltou minha mão e correu pra onde elas estavam.

Eu não julgava minha filha por gostar dela. Mas, um dia ela vai ter que enxergar o tipo de cobra que ela é.

Me aproximei das meninas que estavam sambando em volta de uma mesa que tinha várias coisas. Inclusive, comida.

Karina: Já viu tua sogra? Tá com a tropa dela todinha aí. – veio me cumprimentar se referindo a Sueli e as irmãs dela que estavam numa mesa mais próximo a piscina.

Fabiana: Não pertenço mais a essa família, agora é tudo contigo. – ri e me soltei dela.

Yara: Já começou a babação na Gabriela, ó lá. – apontou pro Marreta que já estava com a mesma no colo desfilando mostrando a mesma pra todo mundo.

Fabiana: Tá bom de tu deixar vim um Ká, pra parar essa perturbação com a minha filha. – brinquei.

Karina: Deus me livre, não tô podendo nem comigo, imagine com Marreta e filho. – se benzeu e eu gargalhei – Porque tu não faz um com o MK?

Fabiana: Ih, louca, sai. Já tenho a Gabriela que vale por dois. – me benzi também – Hoje é só paz e sossego. – coloquei meu óculos.

Tirei a saia e amarrei a canga na cintura. Peguei uma lata que estava no balde em cima da mesa e fiquei sambando com as meninas.

Yara: Esquece o sossego, porque teu boy acabou de chegar. – comentou me entregando meu chapéu que havia caído.

Olhei pra trás, Murilo havia acabado de chegar com a Diana, Barão, Guto e uns caras. Continuei normalmente, o samba tava muito bom pra eu parar.

Yara: E esse corpo? Eu não sei lidar. – me olhou de cima a baixo e começou a bater palma.

Fabiana: É o sucesso do mma, amiga. Faz que é ótimo! – pisquei pra Yara.

E não foi à toa, era porque ela viu a Sueli passando perto da gente. E num passado não muito distante, ela encheu pra favela toda que eu tinha ficado horrível depois que a Gabriela tinha nascido.

Sueli muitas vezes afundou a minha auto estima porque eu tinha ganhado muito peso, foi coisa de quinze quilos a mais. Eu fiquei um período de seis meses sem querer sair de casa. Até pra ir pra casa da minha avó, era uma luta porque eu não me sentia confortável.

Yara, minha mãe, Karina e principalmente a Diana, falavam horrores pra mim não ligar porque aquilo não era real e não me definia como pessoa, mulher e principalmente mãe.

Mas quando eu tomei um choque de realidade, eu fui à luta e hoje estou aqui e não ligo mais pra comentário de ninguém. Me tornei sim, uma grande gostosa e vou continuar me cuidando e exibindo essa delicinha que sou eu.

Aprendi que todas as mulheres são lindas e maravilhosas com filho ou sem. Do jeitinho de cada uma e ninguém tem direito de te colocar pra baixo.

Continuei balançando a minha jaca como se não houvesse o amanhã e continuei bebendo igual uma desgraça.

Com responsabilidade e intercalando com água porque minha bebê tá logo ali enchendo o bucho.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora