BARÃO.
Eu tava na boca, conversando com os caras e fechando a contabilidade do mês que o MK ia pessoalmente fazer as cobranças essa semana. Traduzindo: Ia tocar o terror e fazer uma limpa nos cracudo do morro junto com umas queimas de arquivo.
A porta se abriu com tudo, chegou até a bater na parede e o Guto já olhou com maior olhão pra mim e negou com a cabeça.
Dinei: Aí Barão, Yara mandou vim aqui avisar que a Diana tá... – botou a cara na porta e disse ofegante e eu já me escaldei.
Guto: A Diana o que, moleque? – disse fazendo sinal pra ele falar.
Barão: Fala porra! – falei nervoso e já me levantei.
Tinha maior medo de acontecer alguma coisa com a loirinha ou com a Luara.
MK: Fala filho da puta. – brotou do nada e deu um tapão nas costas do Dinei.
Dinei: A bolsa da Diana estourou. – completou a frase ofegante.
Barão: Papo reto, menor? – arregalei o olho – Onde que ela tá?
Dinei: Passou mal lá no mercadinho da dona Neide, os moleque levaram ela pra casa.
Começou aquela agonia do caralho no meu ouvido, principalmente o Guto e o MK me gastando. Eu não quis nem saber, roubei a chave da moto que tava na mão do MK e voei pra casa.
Quando eu entrei em casa, Diana tava seminua na sala de casa com a Yara ajudando ela a colocar um vestido.
Diana: Garota filha da puta. – reclamou segurando a barriga – Se controla, porra. Ai que dor, Luara. – apertou os dedos da mão.
Yara: Não fala assim com a Luara, Diana. – reclamou – Já falei com a Karina e ela tá esperando a gente já, Barão. Já avisaram a Fabiana?
Barão: MK já tá sabendo, do jeito que é fofoqueiro daqui a pouco ela tá sabendo. Cadê as bolsas, loirinha?
Diana: No quarto dela, tão prontas já. – disse entre gemidos.
Corri pro quarto igual um louco, peguei as bolsas no quarto da Luara e desci mais louco ainda. Quase tomei uma queda, mas tá tranquilo.
Nem quando eu ia pra pista roubar, era nessa loucura todinha mas foda-se.
Joguei as bolsas no banco da frente do carro e tirei o mesmo da garagem. Eu estava tão nervoso que eu ia batendo o carro, na moral, tava preparado pra isso não. Deixei o carro ligado na frente de casa, desci e fui buscar minha loira pra ajudar ela a entrar no carro. Yara veio junto e fechando a casa, o que eu não me importava, porque o que ligava mermo é minha filha que vai nascer.
Eu saí do Complexo a mais de cem, eu tava sentindo umas parada forte no coração e pela primeira vez na vida tava me tremendo do pé a cabeça.
Diana: Vai devagar pelo amor de Deus tá doendo, amor. – berrou.
Barão: Se eu for devagar, a Luara vai nascer dentro desse carro e eu sou traficante e não parteiro, amor. – pisei fundo no acelerador.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER.
FanfictionNinguém sabe a mágoa que trago no peito Quem me vê sorrir desse jeito Nem sequer sabe a minha solidão É que meu samba me ajuda na vida Minha dor vai passando esquecida Vou vivendo essa vida Do jeito que ela me levar... História de Fabiana & Murilo.