60.

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BARÃO.

Eu tava na boca, conversando com os caras e fechando a contabilidade do mês que o MK ia pessoalmente fazer as cobranças essa semana. Traduzindo: Ia tocar o terror e fazer uma limpa nos cracudo do morro junto com umas queimas de arquivo.

A porta se abriu com tudo, chegou até a bater na parede e o Guto já olhou com maior olhão pra mim e negou com a cabeça.

Dinei: Aí Barão, Yara mandou vim aqui avisar que a Diana tá... – botou a cara na porta e disse ofegante e eu já me escaldei.

Guto: A Diana o que, moleque? – disse fazendo sinal pra ele falar.

Barão: Fala porra! – falei nervoso e já me levantei.

Tinha maior medo de acontecer alguma coisa com a loirinha ou com a Luara.

MK: Fala filho da puta. – brotou do nada e deu um tapão nas costas do Dinei.

Dinei: A bolsa da Diana estourou. – completou a frase ofegante.

Barão: Papo reto, menor? – arregalei o olho – Onde que ela tá?

Dinei: Passou mal lá no mercadinho da dona Neide, os moleque levaram ela pra casa.

Começou aquela agonia do caralho no meu ouvido, principalmente o Guto e o MK me gastando. Eu não quis nem saber, roubei a chave da moto que tava na mão do MK e voei pra casa.

Quando eu entrei em casa, Diana tava seminua na sala de casa com a Yara ajudando ela a colocar um vestido.

Diana: Garota filha da puta. – reclamou segurando a barriga – Se controla, porra. Ai que dor, Luara. – apertou os dedos da mão.

Yara: Não fala assim com a Luara, Diana. – reclamou – Já falei com a Karina e ela tá esperando a gente já, Barão. Já avisaram a Fabiana?

Barão: MK já tá sabendo, do jeito que é fofoqueiro daqui a pouco ela tá sabendo. Cadê as bolsas, loirinha?

Diana: No quarto dela, tão prontas já. – disse entre gemidos.

Corri pro quarto igual um louco, peguei as bolsas no quarto da Luara e desci mais louco ainda. Quase tomei uma queda, mas tá tranquilo.

Nem quando eu ia pra pista roubar, era nessa loucura todinha mas foda-se.

Joguei as bolsas no banco da frente do carro e tirei o mesmo da garagem. Eu estava tão nervoso que eu ia batendo o carro, na moral, tava preparado pra isso não. Deixei o carro ligado na frente de casa, desci e fui buscar minha loira pra ajudar ela a entrar no carro. Yara veio junto e fechando a casa, o que eu não me importava, porque o que ligava mermo é minha filha que vai nascer.

Eu saí do Complexo a mais de cem, eu tava sentindo umas parada forte no coração e pela primeira vez na vida tava me tremendo do pé a cabeça.

Diana: Vai devagar pelo amor de Deus tá doendo, amor. – berrou.

Barão: Se eu for devagar, a Luara vai nascer dentro desse carro e eu sou traficante e não parteiro, amor. – pisei fundo no acelerador.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora