57.

5.9K 359 35
                                    

FABIANA.

Leonardo: Com essa carinha ninguém diz que já enfrentou tanta coisa. – disse após ouvir um resumo da minha vida que ele mesmo perguntou.

Fabiana: Pra você ver que as aparências realmente enganam. – sorri e tomei um gole de vinho.

Estávamos no Paris 6, inclusive amo esse lugar. Não estava muito cheio e nem muito vazio, um clima bem tranquilo. Durante o almoço todo, Leonardo me fez elogios e eu queria mesmo entender como que esse homem ainda tá solteiro.

Almoçamos bem e com direito a sobremesa. Na hora de pagar a conta, ele não queria deixar eu nem abrir a bolsa pra gente rachar a conta. Eu protestei, a gente quase enlouquece o garçom, mas no final eu dei a minha parte na conta.

Leonardo: Eu tô doido pra ir na praia, bora comigo ou tu tá muito ocupada? – perguntou quando entrei dentro do carro.

Fabiana: Eu tô com tempo, bora lá, amo o mar. – sorri.

Leonardo: Antes de ir, eu tenho que fazer uma coisa. – disse colocando seu celular entre as pernas.

Fabiana: Que coisa? – olhei pra ele estranhando.

Leonardo: Isso... – ele colocou a mão no meu pescoço e me puxou pra um beijo.

Beijei porque já estava lá mesmo. Leonardo beijava bem, eu tinha que reconhecer, mas faltava algo e eu não sabia explicar o que era.

Ele deslizou sua mão pela lateral do meu corpo e antes que chegasse na minha bunda, minha mão foi mais ágil e a fez paralisar na cintura. Encerramos o beijo com um selinho rápido.

Fabiana: Vamo pra praia logo né? – sorri desconcertada e me arrumei no banco.

Leonardo: Tá bom. – riu.

Leonardo deu partida e ligou o som do carro na FM O Dia. Estava tocando Imaginasamba. O silêncio imperava e com isso me obrigou a prestar atenção na letra da música que estava tocando naquele momento.

"Um apartamento, as nossas mobílias, a gente formando a nossa família, dormindo juntinho e rolando na cama, aceita que a gente se ama..."

O que é isso? Um aviso? Uma profecia? A mente viajou pra onde todo mundo já sabe. Quando a gente chegou na orla da praia, desci do carro e tentei curtir o máximo ou pelo menos fingir que estava curtindo.

Mas não adianta, eu não curto mentira e nem sei fazer o personagem de alguém que não sou eu.

Fabiana: Léo, deixa eu te falar uma coisa. – falei assim que nos sentamos nas pedras.

Leonardo: Fala aí, linda. – ele continuou encarando o mar.

Fabiana: Eu tô aqui, mas eu não tô. Quer dizer, eu nem sei o que dizer. – passei a mão no rosto – Mas a verdade é que eu não posso ficar contigo, se eu gosto mesmo é de outro.

Leonardo virou o rosto pra mim, assentiu e sorriu em seguida.

Leonardo: Relaxa, Fabi! Tu não é a única que tá nessa. Eu percebi tudo desde a festa lá da Greice, mas eu tô na mesma situação então quem sou eu pra te julgar? Inclusive o cara é aquele moreno lá amigo do meu irmão, não é? – eu assenti e e ele riu – Tá vendo como eu pego as paradas no ar?! – me senti envergonhada e certeza que minha bochecha ficou vermelha.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora