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YARA.

Eu saí do Alemão minutos antes do Guto sair de lá com os meninos, voltei pra Penha com a Diana que estava muito nervosa. Desde que a Fabiana foi pra Camará, sua pressão arterial vivia nas alturas e não podia ficar sozinha.

As coisas estavam realmente sérias e até pra entrar na Vila Cruzeiro a gente foi revistada, mesmo eles sabendo quem era a gente. Aí foi que a Diana ficou nervosa.

Diana: Parece até um pesadelo. – secou as lágrimas.

Estacionei o carro na frente da casa da mãe delas, a tia Drica estava sentada no portão de casa fumando, sua expressão parecia tranquila e eu já não gostei a partir dali.

Como você tem uma filha e age dessa forma?

Adriana: Nada da tua irmã? – ela perguntou olhando pra Diana.

Diana: Vão invadir lá em Camará ainda. – entrou e eu fui junto.

Diana subiu pro quarto da Fabiana e decidiu se deitar, já eu me sentei em seu puff e abri uma de suas gavetas e achei umas velas que ela costumava acender pra São Jorge. Optei por fazer o mesmo, puxei o isqueiro do bolso do short e acendi a vela e coloquei pertinho da imagem que ela tinha em seu criado mudo.

Diana: Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas a verdade é que eu sem a minha irmã eu não sou ninguém. Fabiana é quem faz isso aqui funcionar, é quem faz tudo virar sinônimo de festa nessa casa. – sorriu boba abrindo outra gaveta e pegando a caixa onde ela guardava suas fotos – Essa aqui foi quando ela nasceu, a minha cara de raiva não negava os ciúmes. Mas não era do meu pai, era dela. Na minha cabeça, eu tinha o direito e o dever de ser a única protetora dela. – sorriu e notei que uma lágrima escorria de seu rosto.

Yara: Fabiana e festa tem o mesmo significado. – ri – Tu lembra da vez que ela armou uma festa dentro da escola escondido da diretora?

Diana: Eu lembro dela fumaçando de ódio e ligando pra minha mãe. Foi loucura pura porque ninguém conseguia parar. – gargalhou – Minha irmã é maluca e o instinto dela é de leoa. Lembra da surra que ela deu quando a ex do Imperador foi pra cima dela na porta da escola?

Yara: Como esquecer? Fabiana não perdia uma briga e só apanhava do FB. – ri.

Diana: Até surra a gente tomava junto. – Diana entregou um montinho de fotos pra mim e eu olhava cada uma.

Eu já tinha visto essas fotos duzentas milhões de vezes e todas as vezes a gente conseguia rir. Mas hoje não era a mesma coisa, faltava um negócio a mais e era o riso escandaloso dela relembrando os melhores momentos.

Yara: Logo logo ela vai estar aqui com a gente e nós vamos fazer uma festa daquela, tu vai ver. – falei e ela concordou.

Diana: E vai começar pelo chá do bebê que até hoje ninguém sabe o que é. A não ser ela mesma. – riu e chorou ao mesmo tempo.

A gente guardou as fotos, deu uma geral no quarto dela que estava intocado desde que ela saiu de casa e depois fomos pra sala.

Diana: Te falar, da próxima vez que a Fabiana inventar de ir pra Camará eu que vou bater nela. – comentou.

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