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FABIANA.

— TÁ PENSANDO QUE VAI LEVAR MEU FILHO PRA ONDE SUA PIRANHA? – ouvi uma voz fina gritando comigo quando estava quase virando a esquina.

Era a Luma.

Eu sabia que mais dia, menos dia nós duas íamos acabar nos encontrando e nesse dia só Deus poderia a livrar das minhas mãos.

Fabiana: Tá falando comigo, mamada? – me virei pra ela e ela foi se aproximando de mim.

Antônia: Fui eu quem mandei chamar ela e ela vai levar o menino pra cuidar. Coisa que tu nunca fez! – disse revoltada.

Luma: A mãe dele sou eu e ninguém vai tirar ele daqui não. – disse toda cheia de autoridade.

Caveirinha: Tu é a mãe e o MK é o pai dele. Fica na tua e vai viver tua vida, chega de arrumar problema, porra. – disse irritado.

Milagres acontecem e é a primeira vez que eu concordava em alguma coisa com o Caveirinha.

Fabiana: Se tu bate no peito pra dizer que é mãe dele, como tu tem coragem de largar teu próprio filho nessa situação? – levantei a blusa e mostrei a situação como estava o corpo – Teu filho tá morrendo de fome, sono, largado sujo num lugar imundo e onde tu tava? Dando a buceta né. – falei bolada já.

Luma: Pode me dando meu filho que ele não vai ser criado por uma piranha que se acha bandida. Macumbeira! – gritou e ia vim pra cima de mim.

Coloquei o Paulo no colo da Jaqueline e eu fiz questão de ir pra cima dela com todo o ódio que eu tava. Eu não enxergava mais ninguém. Dei só na cara dela com a mão fechada e quando ela tentou puxar a minha pistola que estava na minha cintura, eu fui mais ágil e dei dois tiros em seu rosto.

Levantei de cima dela e dei mais três tiros em seu peito.

A dona Antônia me olhava sem acreditar no que eu havia feito, reagiu só balançando a cabeça e fez sinal pro Caveirinha deixar pra lá.

Antônia: Agora eu vou poder voltar pra casa e ficar em paz. – ela disse olhando pro Caveirinha – Luma teve o que procurou.

Caveirinha: Infelizmente. – disse conformado – MK teria feito muito pior com ela, Toninha.

Antônia: Fica em paz, Fabiana e peço perdão por ela. – pegou na minha mão e me abraçou forte.

Caveirinha: Fica com Deus, Paulinho. – fez carinho no rosto do menino que tinha cochilado no colo da Jaqueline.

Antônia: Até um dia meu filho! – fez uma oração rápida na cabeça dele e deu um beijo em seu rosto.

Fabiana: Depois tu entrega a papelada dele pro MK. – falei pro Caveirinha que apenas assentiu – Obrigada e até outro dia.

Acenei pro pessoal, entrei no carro e afundei meu rosto no volante me permitindo desabafar. Tudo aquilo era muito pra minha mente, tudo o que eu vi mexeu muito forte comigo.

Imaginei meu filho naquela situação e foi aí que eu chorei igual uma condenada.

Jaqueline: Se acalma, Bibi! O pesadelo agora acabou e a nossa família está completa. – Jaque disse se acomodando com ele no banco do carona.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora