95.

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FABIANA.

O filho da puta do Juninho se adiantou e na hora que as meninas adentraram a casa, ele as capturaram com alguns vermes que o seguiam cegamente. Eu havia ficado só com o Fininho de segurança e pelos tiros que ouvimos do quintal, os outros que os acompanharam já tinham morrido.

Eu como havia ficado pra entrar por último tive que recuar contra minha própria vontade. Se eu ficasse ali nos fundos, seria suicídio. Então só deixei a portinha encostada, seria mais fácil pra voltar depois até porque era óbvio que os meninos iam vir. Eu ainda tinha a Clara pra caçar e com isso agora, iria ficar mais difícil mas não impossível.

Se é que existia alguma coisa impossível pra mim.

Mesmo com o tiro comendo firme, eu ia atirando em quem vinha pela frente, encontrei um grupo considerável de soldados do pretinho e eles foram invadir a minha casa em busca da Clara por ordens minhas. A gente se dividiu em duas equipes, uma atacaria pela frente e a outra viria comigo.

Entrei pelos fundos e atirei nos que estavam no quintal com a minha pistola que tinha silenciador, não queria chamar a atenção e muito menos dar pista pra ela que eu estava lá. A porta da cozinha estava encostada e como ela era de arrastar e não fazia barulho foi fácil entrar. A encontrei de joelhos na sala, estava de cabeça baixa diante da estátua enorme de São Jorge que o Murilo tinha.

É, pelo visto não era só eu e ele que tínhamos fé em São Jorge. Só que não é de hoje que nós somos protegidos dele e de Deus.

Atirei duas vezes contra sua perna pra que ela não conseguisse correr e daí começou o tiroteio dentro e fora de casa. Meu coração quase foi na boca quando ela sacou uma pistola e tentou atirar contra mim.

Clara: FILHA DA PUTA, EU VOU TE MATAR! – gritou e eu atirei em seu braço sem dó e nem piedade.

Fabiana: Eu quero ela viva. – avisei pros caras que a cercaram e a ergueram fazendo ela ficar de pé diante de mim.

Seus olhos entregavam todo o ódio que ela estava sentindo. Eu não tinha dó da Clara porque quem tem dó é violão. Mas sentia pena dela por ter passado tanta humilhação durante sua vida e mesmo assim, quando teve chance de mudar e ter uma vida melhor e tranquila preferiu invejar e conspirar.

Seus cabelos estavam pretos, assim como o meu e ela usava um vestido polo que também era meu. Sua pulseira era idêntica à que eu estava usando e notei a tatuagem de flores e borboletas feita recentemente próximo ao calcanhar como eu tinha.

Ou seja, ela queria ser eu e estar no meu lugar.

Fabiana: Vejo que gostou da minha casa, gostou da minha roupa também e não duvido nada ter gostado de uma das minhas calcinhas. Infelizmente o meu noivo que você diz que ainda ama, você não vai ter. O que é que tu ganhou com tudo isso? Afinal, me explica o que é que tu queria com tudo isso? – a encarei.

Clara: O que é que te interessa? Tu não vai ficar com o MK porque ele vai morrer nas mãos do Juninho e ele vai te matar também. Não vai ficar um vivo nessa porra, Fabiana. Tu sobreviveu porque a burra daquela piranha não soube fazer o serviço direito, mas tu não é de aço e não vai escapar de novo. – ela dizia com um tom de rancor que eu me arrepiei todinha.

Fabiana: Tá bom. – falei calmamente e dei um tiro em seu pé.

Seus gritos estrondavam os meus tímpanos mas me davam satisfação porque a arrogância dessa aí ia junto com ela pro caixão. Mas não agora, ela tinha que ver a nossa vida dando certo.

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