FABIANA.
Me despedir do Murilo foi a parte mais difícil até agora desde que esse pesadelo começou. Saí de Bangu com o coração apertado e desejando que esse terror acabe e tudo entre nós volte ao normal de uma vez por todas.
Quando o Kikinho, motorista que me levou, chegou eu entrei no carro e me permiti chorar até o trajeto.
Kikinho: Tá tudo bem contigo aí, tá passando mal? – perguntou todo preocupado me olhando pelo retrovisor.
Fabiana: Não, eu tô bem. – respirei fundo – Preciso que passe em Olaria. Na casa da mãe da filha do Murilo, de preferência. Sabe onde é?
Kikinho: Sei sim. Pode deixar comigo. – ele continuou dirigindo igual um piloto de fuga.
Quando chegamos em Olaria, ele diminuiu a velocidade e eu fiz a minha ronda e de longe eu vi ela no portão com a Yasmin e um homem alto que estava de moto.
Eu poderia considerar que seria um dos que come a buceta dela, mas algo ali não tava certo. Eu tinha certeza.
Fabiana: Tá com teu celular aí? – olhei pro Kikinho.
Kikinho: Tô, patroa. Qual foi? – me olhou sem entender nada.
Fabiana: Tira foto do cara e manda pro Guto. Informa lá pra ele e me deixa na Penha. Eu tenho um assunto pra resolver e alguém pra visitar. – falei decidida.
Kikinho: Guto mandou deixar tu no pé do morro que ele ia buscar. – me olhou pelo retrovisor e foi diminuindo mais ainda a velocidade.
Fabiana: Esquece a ordem do Guto e faz o que eu tô te pedindo. – continuei de olhos focados na Clara que conversava despreocupada.
Kikinho: Tranquilo, patroa. – com eficiência o Kikinho tirou a foto e saiu andando devagarzinho.
A conversa estava tão boa que ela nem percebeu o perigo passando na frente dela. Kikinho mandou a foto pro Guto e me levou pra Penha e me deixou no Ordem.
Me despedi rapidamente dele e chamei um dos soldados do Marreta que estava ali de bobeira.
Gão: Fala Bibi. – se aproximou.
Fabiana: Oi Gão, Dedé tá lá em cima? – perguntei séria.
Gão: Tá sim. Vi a cara dele na rua hoje não, mas tá em casa. – olhou pelos lados.
Fabiana: Me leva lá, por favor.
[...]
Dedé: Já ia te ligar mermo pra tu vim aqui. É coisa que não se conversa por telefone. – disse quando coloquei os pés no esconderijo dele junto com o Marreta.
Fabiana: Tô ouvindo. – me sentei e me escorei no sofazinho.
Dedé: Fiz um levantamento completo, papo de pente fino igual tu me pediu. Tá no nome de um playba que foi assaltado tem uns meses. Foi levado pra dentro do Aço, mas é os cara do Rebu que tão no porte. Ou seja, tu não tá enganada quando pensou na possibilidade lá da mina estar envolvida com terceiros de novo. – ele me olhou sério e eu assenti.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER.
FanfictionNinguém sabe a mágoa que trago no peito Quem me vê sorrir desse jeito Nem sequer sabe a minha solidão É que meu samba me ajuda na vida Minha dor vai passando esquecida Vou vivendo essa vida Do jeito que ela me levar... História de Fabiana & Murilo.