36.

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FABIANA.

Gabriela: Socorro, mamãe, socorro. – gritava.

Quanto mais eu corria atrás dela, mais distante ficava a sua voz.

Gabriela: Me ajuda mamãe...

E foi assim que eu acordei assustada e percebi que aquilo não passava de um pesadelo. Meu celular estava tocando e era número restrito e sem pensar, atendi.

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Fabiana: Alô?

Gabriela: Socorro, mamãe. – era a voz da minha neném chorando.

Fabiana: Meu amor? – falei alto.

Coronel: Oi Bibi. Gostou do meu bom dia? Só não pode ser melhor que o beijo que eu te dei naquele pagofunk.

Fabiana: O que é que tu quer pra soltar a minha filha, imundo?

Coronel: Ah, eu quero tantas coisas Bibi, você não imagina... – o deboche era nítido.

Fabiana: Fala logo, seu verme. Se tu pegou a Gabriela pra me atingir, tá mais que provado que conseguiu. Anda, fala o que tu quer.

Coronel: Negociar com você tá mais interessante do que com aquele arrombado do Marreta e do MK. Se eu soubesse que ia ser mais fácil tinha ligado pra você antes. – gargalhou.

Fabiana: Fala logo.

Coronel: Você, só pra começar. A garotinha já tá aqui mesmo, você aqui é a família completa. Um parceirinho meu de confiança, vai te buscar aí na Penha.

Fabiana: Tu sabe que se brechar aqui, os mm mete bala. Então vai ser a minha maneira. – falei séria – Eu vou sair daqui, sozinha e dirigindo o meu carro e espero por ele quando eu já estiver em Camará.

Coronel: Se tentar qualquer gracinha e se vier com alguém, Graziela morre.

Fabiana: É Gabriela. – o corrigi.

Coronel: Que seja. Que horas tu vem?

Fabiana: Me dá uma hora e meia e eu tô aí.

Coronel: Sem gracinha ou a menina morre.

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Já tinha três dias desde o sequestro da Gabriela e eu já não aguentava mais ouvir "tenha calma" e "ela vai voltar pra casa". Mãe nenhuma aguenta ouvir isso e eu não ficaria de braços cruzados chorando e esperando Gabriela entrar por aquela porta.

Eu sabia que eu indo pra dentro do Rebu era suicídio, mas era a vida da minha filha que tava em perigo.

Levantei da cama num pulo, nem me dei o trabalho de arrumar, tomei um banho e coloquei uma roupa. De preferência calça jeans e tênis pra me ajudar a correr se fosse o caso.

Amarrei meu cabelo num rabo de cavalo e comecei a me encher de ouro pelo corpo. Eu não podia dar bandeira, seria impossível eu sair da Penha sem que ninguém notasse. A única desculpa que eu tinha e que não atrairia ninguém vindo atrás de mim, era uma reunião na minha loja.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora