104. - Último capítulo.

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FABIANA.

Nove anos depois. — 1º de Janeiro.

Estava dormindo em cima do peito do Murilo e ouvi o barulho de alguma coisa quebrando e alguém batendo boca pra caralho na sala.

Estávamos em Jurerê, numa casa de praia luxuosíssima que o Murilo e a Diana alugaram escondido de nós pra fazer aquela famosa surpresa pra virada de ano.

Tudo isso pra me animar porque eu estava sem vontade nenhuma de comemorar depois da morte da minha avó a três anos atrás. Decorrente de um infarto fulminante, causado pelo alto estresse que ela teve por conta de uma briga da Heloísa e da Vívian na véspera de natal.

Demorou, mas a Heloísa enxergou quem era a Vívian e deu em confusão. Eu ainda não tinha perdoado nenhuma das duas e acho que não iria perdoar nunca. Quase esganei a Heloísa no velório, mas fui contida pelo Murilo que me segurou e a Keila a expulsou de lá.

A consequência foi a partida da minha avó.

Foi difícil pra mim e eu não sei mensurar o tamanho da dor até hoje. Perdê-la foi como perder meu pai novamente, afinal, ela pra mim era como ele e eu fiquei muito abalada.

Agradeci a Deus depois porque ela estava bem doentinha também, estava com câncer de mama e estava em fase terminal.

Pelo menos ainda deu tempo dela conhecer os meus gêmeos terroristas.

Sim, eu me tornei mãe novamente de dois gêmeos lindíssimos e bagunceiros: Davi e Fabrício de cinco anos. Depois da Gabriela eu só coloquei menino no mundo, parecia até castigo, porque todos eles pareciam muito com o Murilo.

Fico revoltada porque são nove meses sofrendo igual uma vaca pra eles parecerem com a peste do pai.

Falando nele, estava dormindo igual uma pedra mas conforme o barulho aumentava pelos corredores ele foi acordando. Eu estava ouvindo toda aquela barulheira e me mantive deitada na mesma posição e de olhos fechados.

MK: Mas que porra tá acontecendo, pretinha? – ouvi sua voz rouca e senti sua mão tirando meu cabelo do meu rosto delicadamente.

Ele mal terminou de falar, eu mal abri os olhos e vi a porta sendo aberta de uma vez só, permitindo a entrada dos nossos SEIS filhos cada um falando mais alto que o outro.

MK: Ou ou ou. – gritou bolado – Isso aqui não é feira e nem novela das nove não, que caralho vocês tem hoje? Vocês não dormem não? Viraram zumbi nessa porra?

Yasmim: Ô pai, o Davi sumiu com o meu carregador. – disse quase gritando o Davi ia falar alguma coisa.

Fabiana: Um de cada vez, vocês parecem que não tiveram educação. – falei alto e visivelmente irritada – Conforme o problema for resolvido vocês vão saindo pelo amor de Deus.

Vai lá Fabiana, vai e senta de novo sem camisinha.

MK: Devolve o carregador da sua irmã, Davi, se não eu vou tirar outro das suas costas, moleque do caralho. – falou tentando ser paciente.

Davi: Eu não, ela quebrou o meu, papai. – fez cara de anjo.

De anjo esse garoto não tinha nada.

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