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FABIANA.

Tikão: Melhor baile é o do Complexo, no Rio nós é o assunto, patricinha vem pro morro se envolver com os vagabundo, o império é milionário, zona norte nós domina, tá na mão do MK e a Imperatriz administra... – cantou e fez um sinal pra mim e eu acenei pra ele e fiz o sinal da facção.

Conversei, bebi água pra caralho, fui no banheiro mais que o dobro porque grávida não tem um minuto de sossego. Depois fiquei vendo o Vitinho quebrando tudo no pagode e o que eu consegui fazer foi ficar mais na bad ainda.

Fabiana: Quero meu sobrenome no seu RG, elogiar você na roda com os amigos onde for, fui bem claro dessa vez, vem morar comigo amor... – murmurei enquanto deixava as lágrimas caírem.

Vitinho me quebra pra caralho, mexe na minha emoção, entra na minha mente legal e eu não seguro a barra não.

Vitinho: Vai que cola me mudar de vez pra sua vida, vai que a gente tenha um futuro promissor, vai que cola a gente construir uma família, vai que é amor, vai que é amor. – cantou fazendo geral que estava de casal se abraçar.

O coração apertou ainda mais e eu me desmanchei no choro. Eu estava morrendo aos poucos, morrendo de saudade do Murilo e ele não estava ali pra me abraçar e secar as minhas lágrimas.

Diana: Eu já te imagino na igreja toda linda e a lua de mel bem quente lá em Salvador. No caminho entre o sim e o check-in de ida, vai que passa um anjo e diga amém pro nosso amor. – enquanto cantava junto com o Vitinho, ela pegou na minha mão me fazendo levantar e me abraçou – Os anjos já disseram amém pra vocês dois. Ninguém vai mudar isso nunca. – disse no meu ouvido e beijou meu rosto.

Eu não consegui responder nada a altura, nem a boca eu consegui abrir e o fato de me permitir chorar na frente daquele povo todo era a única demonstração verdadeira e pública de que eu não estava ali em vão e que o motivo do meu choro tinha nome, sobrenome e que não era interesse como muitos pensavam mas não tinham coragem de falar na minha cara.

Me deu uma vontade insana de ir no banheiro, avisei a Diana, coloquei a rasteirinha e deixei meu salto perto da bolsa da Diana que estava escondida no cantinho atrás da mesa onde estavam as bebidas e desci com dois homens atrás de mim.

Era uma chatisse, mas não tive força e nem argumento pra discutir com o Barão e o Guto.

Como estava lotado de gente, tava muito difícil chegar até o banheiro mas eu muito guerreira estava me segurando. Senti meu vestido molhar quando a piranha do calçadão esbarrou em mim, eu olhei pro vestido molhado e olhei na direção dela.

Era óbvio que não tinha sido sem querer, eu sentia a intenção ruim dela de longe.

Luma estava afim mesmo de me provocar.

Fabiana: Tá cega, piranha? – a encarei.

Luma: Foi sem querer, intocada. – o tom de deboche em sua voz era nítido e eu sorri de lado tentando manter a calma.

Fabiana: Antes intocada do que marmita de bandido, lanchinho da madrugada. Vê se cresce e aparece Luma! Vai pra casa lavar umas calcinhas, limpar tua casa que eu aposto todas as minhas jóias do corpo que tá suja. Eu não tenho a menor culpa que o Murilo nunca quis nada contigo a não ser gozar e deixar pra lá. Tá achando ruim? Tu liga pra ele e faz uma reclamação, pô. Quem sabe ele te ouça.

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