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FABIANA.

Deu trabalho mas a gente conseguiu levar esse pessoal pra casa da dona Alzira. Respirei aliviada quando soube que Yara, Diana, Guto estavam fora de perigo. Murilo foi um dos últimos a chegar e estava sendo operado pela milésima vez no ano. Dessa vez era pra retirar a bala em sua barriga e da coxa.

Eu até ficaria conformada se tivesse sido só isso. Infelizmente, tivemos muitas perdas e uma delas foi o Loirão. Ele tomou dois tiros no peito no lugar da Jaqueline na hora que eu atirei na luz, infelizmente ele morreu na hora.

Ela saiu de lá desacordada pelo susto, mas não tinha um arranhão sequer em seu corpo. Quando ela soube da morte dele, ela não aguentou e surtou. Teve que ser amparada pela Keila e pela Karina que chegaram da Penha a pouco tempo.

Apesar do pouco tempo que eles ficaram, o elo dos dois era uma coisa bonita de se ver. Dava pra ver que dali ia sair pelo menos um namoro.

Foram horas intermináveis e o dia já havia amanhecido. Eu estava cansada, mas só sairia dali com o pretinho fora de perigo.

📲 Mãe

Adriana: Minha filha? Como que tá aí? Senti um péssimo pressentimento... – disse com a voz embargada.

Fabiana: Agora tá tudo bem, mãe, mas tá tudo uma loucura. Depois explico melhor, tá todo mundo fora de perigo. – falei baixo – Como está minhas crias? Luara?

Adriana: Estão bem, Matheus acabou de tomar uma mamadeira cheia e as meninas ainda dormem. Gabriela deu trabalho pra dormir, mas foi vencida pelo cansaço. E você como está?

Fabiana: Eu tô inteira, mas minha cabeça tá no Murilo. Foi baleado na barriga, na coxa e chegou desacordado.

Adriana: Deus é com vocês. Sua avó passou a madrugada inteira de joelho no chão e ela tá dizendo aqui que Deus é com vocês.

Fabiana: Com todos nós, mãe. Com todos nós!

Vi dona Alzira sair da sala e me levantei.

Fabiana: Mãe eu vou ter que desligar, mais tarde eu tô aí.

Adriana: Tá bom, minha filha. Fica com Deus, eu te amo.

Fabiana: Eu também te amo, mãe!
📲

Fabiana: Como o Murilo está? – fui até ela e guardei o celular.

Alzira: Graças a Deus fora de perigo, dessa vez a bala não se alojou em nenhum de seus órgãos e agora só resta pra ele descansar. Ainda está sedado e vai demorar em torno de umas três, quatro horas pra acordar. Vai remover ele daqui agora?

Fabiana: Por enquanto não, eu vou ver como tá a situação na casa da minha avó e eu vou mandar buscar ele pra levar pra lá.

Alzira: Entendo. Vou passar aqui os remédios pra você comprar, as recomendações são as mesmas de antes, tu sabe né?

Fabiana: Sei sim, pode deixar. Obrigada, de verdade. – sorri – Vou mandar o Barão trazer o pagamento pra senhora.

Ela assentiu e me guiou até a saída. Fui escoltada até a boca onde o Barão tava olhando a contabilidade atento.

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