26.

6.8K 418 36
                                    

FABIANA.

Aproveitei que eu ia passar o dia por aqui mesmo, dei uma geral na casa do Murilo enquanto ele tava na boca, deixei a cozinha totalmente limpa e meti o pé pra casa da minha avó com a Gabriela.

Quando eu cheguei no portão tava maior bate boca da Keila com uma mulher que estava acompanhada da mesma mona que eu havia visto do lado do Murilo quando eu fui no bar.

Fabiana: Que é que tá acontecendo aqui? – peitei mesmo.

Na nossa família tinha de tudo, inclusive várias tretinha, mas o que era lei entre nós é que uma está sempre a disposição de defender a outra.

Luma: Aí marmitinha, não se mete não que o assunto é com elas duas. – apontou pra Keila e pra outra.

Keila: Assunto comigo? Vai pra puta que pariu que eu não tenho e nunca tive assunto com ela. – disse alterada já – Tô nem entendendo essa palhaçada. Vai caçar um emprego ao invés de brigar por homem que nem teu é, depósito de esperma.

Fabiana: Marmita? – gargalhei – Me espera lá dentro Gabriela.

Gabriela: Mas mãe... – a interrompi.

Fabiana: Eu não vou falar de novo. – endureci o olhar pra ela que entendeu o recado, soltou minha mão e entrou.

Esperei ela sumir do meu campo de visão pra poder fazer o que eu pretendia.

Fabiana: Quem que é marmita aqui? – me aproximei da mona.

Luma: O morro todo já tá sabendo que tu tá dando pro MK, mas te preocupa não, ele se empolga com todas e depois larga. – riu – Se ilude não gatona, aquele ali já é meu. – bateu nos próprios peitos.

Era só o que me faltava, mais uma do fã clube emocionado do Murilo. Aquele preto filho da puta passa o piru em cada uma que só de ver, já me dá desgosto.

Keila: Se troca por esse lixo não, Fabiana. – me puxou e eu me soltei dela.

Luma: Tá com medo de tomar uma surra? Patricinha não se garante não ou vai ter que chamar o papaizinho pra defender? Ah não, ele já tá morto. – debochou.

Sinceramente eu não ia bater boca com vagabunda emocionada que corre atrás de traficante. Mas, tocou no nome do meu pai e eu não ia deixar pra lá.

Será que ninguém respeita os mortos?

Eu fui criada onde o filho chora e a mãe não vê. De bobinha eu só tinha a cara e de patricinha só a minha conta bancária.

Eu abri a minha mão e foi fração de segundos pra eu virar a mão em cheio no rosto da mesma que ficou vermelho na mesma hora por ela ser branca. Ela veio pra cima de mim numa falsa fúria, grudou logo no meu cabelo e começou a puxar.

Quem me conhece sabe o amor que eu tenho ao meu cabelo. Eu esperava que ela fosse melhor que isso, afinal mora no Alemão e as minas daqui são bem dispostas quando o assunto é caô.

Grudei no pescoço dela com tudo e apertei. As palavras dela falando do meu pai ecoaram mais uma vez na minha cabeça e me fez empurrar ela pro muro, o que fez o corpo dela bater e fazer um barulho.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora