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JUNINHO.

Estava saindo de casa quando o Dida veio na minha direção correndo. Parecia que ele ia tirar a mãe dele ou alguém da família da forca.

Dida: Aí mermão, tá sabendo já? – parou na minha frente ofegante.

Juninho: De que moleque? – o encarei.

Dida: Pô... Aconteceu maior judiaria lá em Bangu, vários parceiro nosso foi de ralo e nessas aí o teu irmão foi junto.

Juninho: Tá de caô logo cedo, maluco? – ri – Tá tudo esquematizado já pra gente meter bala no MK lá dentro.

Pelo menos era o que eu achava.

Estava desembolsando 500 mil reais só pra abrirem a cela do MK. Meu irmão iria me dar a cabeça dele numa bandeja e eu finalmente ia pra cima do Alemão no momento em que todos estivessem fragilizados e de luto pela morte da florzinha do MK.

Dida: Tô de caô não, tá passando na tv e os caralho. Se não acredita, entra aí e liga a tv. – gesticulou – Aí foi ele mermo que puxou bonde, matou teu irmão e nem o corpo dele ficou. Virou pó, parceiro.

Dida não era de brincar com assunto sério e era meu fechamento desde que eu ergui essa porra que tava quebrada na gestão do Coronel.

Cara burro pra caralho, tava obcecado na mulher do otário do MK e deixou a administração largada.

Entrei dentro da minha casa e liguei a tv. Em todos os canais que eu passava, o assunto era o mesmo.

"...Entre os traficantes mortos estava o líder Carlos dos Reis Costa, o Carlo do Aço. Ele atuava no controle do tráfico na comunidade Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O principal suspeito e mandante desse crime bárbaro se trata do narcotraficante Murilo Falconi, o MK, apontado como um dos líderes de uma facção criminosa e responsável por controlar pelo menos dez das treze favelas que compõem o Complexo do Alemão, na Zona Norte.

A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro emitiu uma nota a nossa equipe por meio de sua assessoria repudiando o ato e informou que tomará medidas drásticas para a proteção da população."

Eu confesso que ali eu perdi a linha real e nervoso disparei contra a televisão cinco vezes. Carlo era o último irmão vivo que eu tinha e aquele filho da puta do MK o matou.

Só me restava me vingar daquele filho da puta começando pelo morro e depois a amada dele.

Vamos ver se esse amor dela ia continuar depois que eu deixasse ele na merda. Fabiana não tinha o vulgo de Imperatriz a toa.

Reuni o meu pessoal de confiança e desci pra executar o pau no cu do Formiga. MK pensa que eu não sei que o Formiga é os olhos dele aqui dentro do Rebu, mas tá na hora dele ficar cego.

Fui pro microondas com um pessoal e mandei que chamassem o Formiga pra executar um verme. Ele só não contava que ele mesmo seria executado.

O tempo foi se passando e nem sinal deles chegarem.

Beicin: Aê, chefe. – brotou correndo.

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