24.

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FABIANA.

Murilo foi embora com o Barão de baixo de tiro e eu já fiquei com o coração apertado. Eu me sentia ali numa eterna confusão de sentimentos, quanto mais eu procurava explicação pro que tava acontecendo, mais eu me perdia na minha confusão.

Só me importava que Murilo passasse dessa ileso.

Mesmo já tendo vivido tudo isso, não era a primeira vez que eu via alguém que eu gostava ir pra guerra. Mas, era a primeira vez que eu ficava à flor da pele num nível muito acima do normal e isso não tinha explicação.

Gabriela: Mamãe eu tô com medo. – fui despertada do transe e ela se agarrou nas minhas pernas tremendo de medo.

Fabiana: Vamos entrar. – a peguei no colo e voltei pra sala, trancando a porta.

Juninho: Vocês estão bem? – Juninho apareceu vindo da cozinha.

Por onde ele entrou?

Diana: Sim, só preciso de uma arma. – a gente olhou pra ela – Ah, dá licença eu sou filha do FB.

Fabiana: Então arruma duas, porque eu além de ser filha dele ainda era envolvida. – ri e me sentei no sofá com Gabriela no meu colo.

Juninho: O jeito que vocês tratam de armas é diferente. Tudo maluca. – disse me olhando.

Me lembrei que tinha duas pistolas carregadas no meu carro.

Yara: Essa daqui ia matando o próprio marido. – apontou pra mim.

Fabiana: Tu meteu tiro na puta lá do Sereno por causa do meu irmão e ninguém falou nada. – olhei pra Yara.

Diana: Eu já falei linda pro Wallace, no dia que ele sonhar em me trair eu vou estourar o amigo dele na bala. – geral riu – Tô nem aí.

Conforme o barulho dos tiros se intensificava mais, ninguém ali se mantinha de bom humor.

Eu estava abraçada com Gabriela que estava no meu colo, Yara estava de cabeça baixa e Diana estava ajoelhada perante uma escultura grande de São Jorge que tinha na sala.

Eu a ouvi murmurando a oração por mais de vinte vezes pelo menos.

Juninho caminhou pro lado de fora pra ficar de tocaia e continuamos na sala bem nervosas.

Eu fechava os olhos e pedia a Deus que aquilo acabasse logo e todos voltassem pra casa na paz e inteiros.

Yara: Gente, vamos orar. Quanto mais a gente pedir pra Deus, maior é a possibilidade d'Ele nos escutar. – levantou com os olhos bem marejados.

Provavelmente ela já estava rendida pelo Guto e só se deu conta agora. Yara passou a viver mais aqui no Alemão do que na Penha.

Diana: Tem toda razão. – levantou e se colocou no meio da sala. Seu rosto estava inchado e não era pra menos.

Eu me levantei, coloquei Gabriela no chão e me juntei a elas formando um círculo no meio da sala. Nos ajoelhamos e ali mesmo começamos a orar.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora