44.

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FABIANA.

Despertei sentindo dor pelo corpo e com uma mãozinha pequena fazendo carinho no meu rosto. Quando abri os olhos por completo, sorri satisfeita de ver que era a minha menina, sã e salva juntinho de mim.

Murilo estava sentado na poltrona concentrado mexendo em seu celular.

Gabriela: Mamãe. – abriu seu sorriso quando me viu.

Fabiana: Minha bebê. – alisei seu rostinho e a puxei pra deitar mais perto de mim.

Eu não tinha riqueza maior que essa menina na minha vida.

Murilo virou o rosto e ao me ver acordada, se levantou e aproximou ligeiramente de mim.

MK: E aí preta, tá melhor?

Fabiana: Parece que um caminhão passou por cima de mim. – o olhei e em seguida fiz careta.

MK: Logo logo, tu tá de volta a ativa, pra me deixar doido com o teu deboche. – riu.

Fabiana: Não queria ter te dado esse trabalho todo, mas obrigada por tudo, nunca vou saber como te agradecer por isso, mas agradeço pelo resto da vida. – apertei sua mão.

MK: Na verdade tu já tá agradecendo e nem sabe. Só de carregar meu menor, pô, me faz o cara mais feliz do mundo. – me olhou.

Fabiana: Que história é essa? – o encarei e soltei sua mão.

MK: Tô sabendo já que tu tá grávida e é mais que provado que esse filho é meu. Vai me dizer que tu não sabia? – me olhou todo sorridente.

Pensa no choque que eu tomei.

Eu queria muito dizer que eu estava feliz, queria chorar naquele de momento de emoção, queria gritar. Mas isso só tinha sentido se eu não tivesse passado o que eu passei na noite anterior.

Fabiana: Como isso é possível? Eu fui violentada, lembro bem de ter apanhado pra caralho, tinha sangue saindo de mim. Não tem condição dessa gravidez. – falei triste.

MK: Diana me falou por telefone e quando eu cheguei conversei com o médico que te atendeu, nem ele sabe explicar como foi que tu conseguiu segurar. As coisas de Deus, é só com Ele, a gente só aceita. – ele voltou a pegar em minha mão novamente.

Fabiana: Aceitar o que, Murilo? – falei segurando as lágrimas.

MK: Aceitar que nós dois vamos ter um filho, Fabiana. Achou que a nossa brincadeira de gente grande ia terminar em nada?

Gabriela: Eu quero brincar também, tio. – disse inocentemente.

MK: Se depender de mim, tu só vai brincar aos cinquenta anos, Gabi. – disse pegando a Gabi no colo – Sabia que a cegonha vai trazer um irmãozinho ou uma irmãzinha pra você?

Gabriela: Irmãzinha? Não quero não, tio. – negou com a cabeça e fez careta – Ela vai quebrar as minhas coisas e eu vou ficar muito triste. Eu não quero não, mamãe.

MK: Só Papai do Céu é quem sabe, negona. – deu um beijo na testa da Gabriela e deu seu celular pra ela.

Fabiana: Quando é que eu vou embora daqui? Tô com fome e quero ir pra minha casa, quero a minha cama... – reclamei choramingando.

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