46.

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MK.

Quando o rosa tomou conta do ar, não demorou nada pra gente ver o Barão secando as lágrimas e eu e o Guto tirando o couro dele firme.

MK: Me gastou pra caralho quando soube da Yasmin, agora tu se fudeu, viado. – bati nas costas do Barão.

Barão: Tu tem dois pra gente saber o que é, se preocupa não, filho da puta. – gargalhou.

Guto: Vai otário, fica falando merda aí que tu se fode. – riu da minha cara.

Barão: Tô aqui ansioso esperando tu meter barriga na Yara. – esfregou as mãos.

Guto: Com fé em Deus não vai acontecer nem tão cedo. – sorriu – Yara tá bolada comigo que eu contei pra Fabiana lá o bagulho do teu filho com a Luma.

MK: Falar demais dá nisso aí. – dei um pescotapa nele – E ela tá puta de ódio. Acho que se ela dormisse comigo toda noite, ela ia me esfaquear.

Guto: Mas aí, ela já ia saber quando pisasse o pé no Alemão. – concluiu e eu concordei com a cabeça.

MK: Aí, tô achando que não é meu não. Luma dava a buceta pra mim e pra vários que eu tô ligado.

Eu realmente tinha isso comigo. Mas, existia a possibilidade de eu estar completamente enganado.

Barão: Isso é que dá ficar dando condição pra piranha. Se eu fosse a Fabiana, eu não olhava nem pra tua cara. – disse.

MK: Tô bem de amigo mermo. Quando foi que os dois viraram advogados da tanajura?

Barão: Advogado não, mas é o certo. Ninguém tá te criticando porque tu fica com as duas. Eu só não concordo em tu cobrar a Fabiana por algo que tu também não dá pra ela e foi por isso tudo que deu no que deu lá no Rebu. – gesticulou – E te digo mais, não decide o que tu quer da vida não, que logo logo tu vai ver aquela mulher ali com outro e teu filho chamando o outro de pai fulano, porque automaticamente é isso que vai acontecer. Quanto a Luma, tu já sabe, assume tua responsabilidade e já era. Jogou dentro porque quis, parceiro.

Já fiquei de cara quente só de pensar nessa possibilidade.

MK: Vai tomar no cu, já tô ficando é puto. – dei outra golada no copo de uísque.

Guto: É pra ficar putinho e começar a fazer as parada do jeito que tem que ser, porra. Fabiana é independente, depende de tu pra nada não, muito menos pra criar essa criança que ela tá esperando. Ela tá na favela hoje, mas tu sabe que tem potencial e dinheiro pra ficar pela pista, só não vai porque a Yara me já falou que elas não saem daqui porque realmente não querem. Só que um dia tudo muda, quantos cara não deve ficar em cima dela pro lado de lá? Um dia chega algum que balance o coração dela e aí vai ser tu aqui e ela lá. Só aquele contato pra falar do filho e nada além. Tu quer isso? Vai em frente. – fez sinal de deixa pra lá.

Eu olhei pra ele estranhando, mas eu fiquei calado porque tudo que ele falou fazia muito sentido. Fabiana não se dobrou nem pro pai dela, imagine pra mim que me tornei só o pai do filho que ela tá esperando.

Sequei uma garrafa todinha de uísque, tinha motivo que era ser padrinho da Luara, mas pra tomar vergonha na minha cara e bater de frente antes que terminasse em vários problemas maiores.

MK: Aí, bora ter um papo reto? – me aproximei da Fabiana que estava devorando um prato de bolo com bastante chocolate.

Fabiana: Tem que ser agora? – continuou comendo sem nem me olhar.

MK: É, tem que ser agora mermo. – cocei a cabeça.

Fabiana: Tá bom. Gabriela e Yasmin, parem de correr. – disse pras meninas que pareciam dois furacões.

— Tá bom. – as duas disseram em coro.

Fabiana colocou outro pedaço de bolo no pratinho e saiu comendo. E eu seguindo ela pela casa, ajudei ela a subir a escada e fomos pro quarto dela. Tranquei a porta depois que eu entrei e me sentei na beira da cama, enquanto ela continuava devorando tudo.

MK: Tô ciente que tu já sabe da gravidez da Luma e que o pai provavelmente sou eu. – a encarei.

Fabiana: É, eu soube por alto. – disse toda calma colocando o prato de lado.

Naquele momento eu esperava ver ela surtando, brigando, estourando, protestando mesmo. Mas a Fabiana apenas me olhava sem esboçar reação alguma e eu comecei a ficar confuso.

MK: E tá tudo bem pra você? Tu fala nessa calma? – estranhei.

Fabiana: Tu quer que eu faça o que sobre isso? Eu posso até falar que tô chateada, na verdade que eu tô com raiva, mas não vai mudar o que passou, não vai mudar o fato que ela também está grávida e que esse filho é claro que é seu. A minha diferença pra ela é que eu já sou mãe, eu sou pai e mesmo não planejando essa gravidez, quando meu filho ou filha nascer eu tô pronta. Pronta pra abdicar de muitas coisas, abdicar de uma vida solta, até porque não vou largar meus filhos nas costas da minha mãe de novo. Eu só não quero perder o meu sossego, só não quero viver envolvida em confusão com ela porque eu sei que isso vai acontecer quando ela souber de mim também. – respirou fundo.

MK: É por isso mesmo que eu tô aqui pra fazer o que é certo, mesmo sendo todo errado desde sempre. Já tem um tempo aí que eu tô com essas parada na mente, veio várias situação aí que botou nossa vida a prova, mas que Deus deu uma nova chance pra gente se corrigir. E vim te dar meu papo de sujeito homem, não sei falar essas parada cheia de frescura que tu curte não, mas tô muito disposto a fechar contigo, aquela parada de casal mesmo, assumir pra geral que eu tô contigo e já era. Viver a nossa vida e cuidar da nossa família. Pacote completo, você, sua filha, seus problemas, seus medos, suas conquistas, tudo o que tiver você incluída eu tô aceitando. Quanto a Luma, eu vou ter as minhas responsabilidades com ela, mas não abro mão do que eu julgo certo pra mim e não tô disposto a abrir mão de você por ela. Tu me aceita na sua vida de uma vez por todas? – peguei em sua mão e me aproximei mais ainda.

Naquela hora parceiro, meu cu não passava nada, nem Wi-Fi. Papo de nervosismo mermo. Sabia do risco grande que tinha dela rejeitar, mas ou eu falava logo tudo que tava engasgado ou não ia falar nunca mais.

Eu me conheço.

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