33.

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MK.

Já tinha umas três horas que eu estava ali e até agora nada. Os caras já tinham caído pra cá também e estava geral uma pilha de nervos. A ordem foi dar uma prensa em geral que tivesse na rua, Gabi era conhecida e não é possível ela ter saído daqui sem ninguém ter visto.

Ainda tinha que lidar com a Fabiana tonteando pra caralho pelo celular, desesperada atrás de notícias. Acendi um e soltei a fumaça pro ar e comecei a traçar as possibilidades desse sumiço.

Uma criança não some sem mais e nem menos. Isso eu tinha certeza.

A ordem era vasculhar a Penha inteira atrás dela.

Fiel: Aí dá o papo. – entrou na sala arrastando um moleque de mais ou menos dezesseis, dezessete anos.

Dava pra ver que o moleque vivia mais na rua do que em casa.

Marreta: Qual foi, Fiel? Tenho tempo pra perder com assunto de drogado agora não. – falou bolado.

Fiel: Fala menor. Tamo com tempo pra perder não. – deu um tapa no maluco lá.

— Eu vi a menina com um cara, ele não era tão coroa não, tinha o cabelo meio branquin, tá ligado, tava bem vestido. Acho que já vi ele aqui mais de uma vez, entrou num carro preto e saiu.

MK: Que carro que era? – perguntei me aproximando.

— Num Jeep daqueles bonitão e era preto. – cocei a cabeça.

MK: Tem ideia de quem seja? – olhei pro Marreta.

Marreta: De cara eu não lembro de ninguém não, mas vou atrás desse arrombado aí agora. MK vai lá dar a notícia pra Fabiana, pode ser que ela saiba de alguma coisa, tem a mãe dela. E nós vamo dar um pente fino pra quem tava no plantão ontem.

MK: Vou mermo, a dona tá aqui ó tonteando. – mostrei as quinhentas notificações que tinha da Fabiana.

Mandei o Guto voltar pro Alemão, Barão desceu com o Marreta e eu fui pra casa da Fabiana. A rua toda tava do lado de fora, geral olhava pra mim e cochichava. Nem liguei, abri o portão e entrei.

A preta tava deitada no colo da Diana e abraçada com uma boneca que obviamente é da Gabriela. Quando ela me viu, levantou na mesma hora e veio pra cima de mim.

O restante da família dela também já estava lá, dona Adriana estava em pé e o tempo todo olhava pro chão.

Fabiana: E aí? Alguma coisa? Fala pelo amor de Deus, Murilo. – ela disse tudo de uma vez.

MK: Disseram lá que viram a Gabriela com um coroa, coroa não né, meia idade, foi andando com ela até o campo e de lá entrou num Jeep e daí por enquanto ninguém sabe. Tinha o cabelo meio branquinho. Tu conhece alguém que pode ser? – olhei pra ela e sua expressão mudou.

Até então ela estava chateada, mas a mulher se transformou num furacão com ódio.

Fabiana: Coroa? Num Jeep? Branquinho? – ela falava enquanto piscava os olhos e passava a língua nos lábios freneticamente.

MK: É, preta. Te lembra alguém? – a olhei e ela assentiu.

Fabiana secou as lágrimas e do nada foi pra cima da mãe dela, só que a Yara entrou na frente dela na mesma hora.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora