DO JEITO QUE A VIDA QUER.

92.

JAQUELINE.

A gente só sossegou o rabo quando deu umas oito horas da noite e a gente deu um fim no churras. Geral foi tomar banho e nos reunimos na sala pra traçar o bolo que a tia Drica tinha feito.

Loirão estava sentado do outro lado do sofá concentrado no filme da Barbie e brincando com os cachos da Gabriela que estava se acabando no bolo e vidrada na tv.

Af, acho que já me apaixonei.

Me levantei e fui buscar mais um pedaço de bolo na cozinha porque eu sou uma grande gostosa e preciso manter esse excesso de gostosura e ganhar energia pra mais tarde.

Encontrei meu irmão aos beijos escondido no canto do armário com a Fabiana. Era lindo ver os dois parecendo adolescentes de quinze anos que vivem um amor proibido escondido dos pais.

Jaqueline: Eita, que fogo vocês em. – gastei.

Com certeza naquela hora o meu irmão queria me matar.

MK: Ih, tá falando da minha vida porque? – disse se encostando na bancada e colocando a Fabiana na frente dele.

Jaqueline: Porque tu é meu irmão e eu posso, neném. – pisquei debochada.

MK: Eu ia falar contigo depois, mas vou falar agora mermo. Já tô ciente que tu anda afrontando o Formiga dando uns pega no Loirão na frente do cara. Se acontecer uma desgraça daqui pra gente ir embora eu vou te amassar na porrada. Tá me ouvindo Jaqueline? – disse sério.

Fabiana: Coisa chata hein, Murilo. Formiga tem o que com a buceta dela? – o encarou.

Minha cunhada não me decepciona nunca, pra que eu quero melhor que essa?

MK: É papo reto, preta. Jaqueline gosta de um nevoeiro, sabe que o mano gosta dela e fica nessa aí. Eu não tô entendendo legal não e nem tô te entendo tu defendendo essa atitude aí não Fabiana. – fez bico e a Bibi se soltou dele.

Jaqueline: Gosta de mim e fez tudo o que fez? – ri irônica – Tá de sacanagem. Tem certeza? Então tu faz com a Fabiana um terço do que o Formiga fez comigo e vamo ver se ela aí vai aceitar tu olhar pra ela.

Fabiana: No dia que tu sonhar em fazer isso, nesse dia eu te mato hein, Murilo. – gesticulou com o dedinho e o Murilo riu – Vai rindo aí achando que eu tô brincando.

MK: E quem liga, Fabiana? O assunto aqui não sou eu, é a Jaqueline e eu já te falei que eu tô tranquilão em relação a mulher e tu sabe disso. – revirou os olhos – De qualquer forma, o aviso tá dado. Não quero tu rachando a cara e virando assunto por aí.

Jaqueline: Eu não viro o assunto irmão, eu sou o assunto. – pisquei pra ele e me servi.

MK: Vai brincando, Jaqueline. – passou por mim e deu um tapa na minha cabeça e eu devolvi outro forte em suas costas – Vai, sua filha da puta. – começou a correr atrás de mim.

Jaqueline: Sai daqui Murilo. – corri dele igual o capeta corre da cruz e nós dois aos risos – Minha mãe é a mesma que a tua, seu trouxa.

Geral largou o filme pra ver a gente correndo um atrás do outro. Era maior gastação, até que eu fui olhar pra Karina que gritou alguma coisa e me desequilibrei caindo de bunda no chão.