JAQUELINE.
Depois que o meu irmão foi facilmente atraído pra toca da leoa, esperei um tempo curto e propositalmente sequei meu copo com bebida. Tirei minha blusinha fina e deixei meus seios que estavam cobertos pelo biquíni pra jogo.
Estava mesmo afim de pegar uma marquinha afiada.
As meninas conversavam sobre uns assuntos aleatórios, com excessão da Karina que foi colocar o Matheus pra dormir e eu estava mirando no segurança do Nando do Chapadão. Não pensei duas vezes em agir, mas antes verifiquei se existia aliança ou algum resquício dela e pra minha alegria era zero.
Me levantei e fui até a mesa onde os meninos estavam sentados, por milagre não mudaram o assunto e estavam bem ocupados falando do de sempre: piranha e morro. Com excessão do Formiga que me olhava com aquela cara de cu e poucos amigos.
Quem liga?
Um dia eu fui como essas meninas aí de morro novinha. Tinha sonhos tipo me formar, trabalhar, construir uma família e viver em paz. Eu tinha isso em mente e na minha cabeça o meu companheiro ideal era o Formiga.
A gente se conhece desde sempre, até porque ele também era cria do Alemão. Ele fechava com meu irmão desde novo e os dois junto com os meninos faziam e aconteciam na pista: roubo, pequenos assaltos, arrastão, encomendas e várias outras paradas.
Formiga não tinha mãe e era criado pela avó que era um doce de senhora. Mas mesmo assim, ele ia muito lá pra casa até o meu pai morrer.
A minha mãe até considerava o Formiga até ele colocar os olhos em mim de uma outra maneira.
Apesar de ter que apoiar o Murilo nessa vida, ela não queria que eu me tornasse mulher de traficante de maneira alguma. E eu a entendia por um lado, bastava ver os perrengues que ela passou pra viver com o meu pai e que basicamente a Fabiana enfrenta pra viver com o meu irmão hoje.
Basicamente, a história estava se repetindo e ela não queria isso pra mim.
Ela encheu os ouvidos do Murilo e ele comprou essa conversa que não me queria com ninguém do movimento. E eu quis saber? Continuei ficando com ele escondido de todo mundo.
Minha mãe morreu sem saber, mas depois da suposta morte do meu irmão todo mundo passou a saber porque o Murilo descobriu, sabe lá Deus como.
Nada, nada, digo e afirmo NADA PASSA batido aos ouvidos do meu irmão dentro do Complexo e pela zona norte do Rio.
Ainda é arriscado dentro do estado.
Foi uma confusão do caralho, me levaram pro Chapadão e lá dentro eu tomei uma coça do Murilo pra nunca mais esquecer.
Formiga? Tomou um apavoro só, Murilo levou ele pro alto do morro e jogou ele dentro da mala do meriva. Tomou umas porradas pra lá, mas meu irmão só acabou cedendo meses depois de tanto os meninos falarem no ouvido dele e o Formiga até peitou ele dizendo que se fosse preciso, fugiria e me levaria com ele.
"Eu já perdi o meu pai, já perdi minha mãe e a minha irmã eu não vou perder nunca."
Era o que o Murilo disse e repetiu pro Formiga milhares de vezes. Protetor que fala né?
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DO JEITO QUE A VIDA QUER.
FanfictionNinguém sabe a mágoa que trago no peito Quem me vê sorrir desse jeito Nem sequer sabe a minha solidão É que meu samba me ajuda na vida Minha dor vai passando esquecida Vou vivendo essa vida Do jeito que ela me levar... História de Fabiana & Murilo.