43.

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DIANA.

Eu tava com os nervos à flor da pele, mas tava me segurando pra não desmoronar na frente da Gabriela que o tempo todo implorava pra ver a mãe. Nesse momento ela havia pegado no sono, a coitada estava muito cansada e já passava das três da manhã.

— Familiares da paciente Fabiana Carvalho? – o médico apareceu segurando uma ficha e acompanhado da Karina.

Adriana: Somos nós. – minha mãe disse e nós três levantamos.

Karina: Me dá a Gabi aqui. – se aproximou com os braços abertos e eu entreguei a Gabi no colo dela – Faz uma ficha pra ela, Fabiana acordou dizendo que ela estava doente e depois desmaiou de novo. – falou no meu ouvido.

A tal da mãe é um bicho protetor mesmo. Quando eu crescer, quero ser igual a ela.

Karina saiu levando a Gabriela de corredor a dentro e eu me aproximei do médico, da Yara e da minha mãe.

— E apesar das pancadas que ela sofreu, o bebê também passa bem, ela só vai precisar de descanso máximo... – o interrompi.

Diana: Grávida? – arregalei o olho, coloquei a mão na boca e todo mundo me olhou – Desculpa gente, é muita coisa.

Adriana: Mas como pode? Ela tá muito machucada. – disse incrédula.

— Dona Adriana – leu na ficha – a senhora acredita em Deus? – minha mãe concordou com a cabeça – Existem coisas que só Ele pode explicar. Mas vocês não sabiam da gravidez dela?

Adriana: Não, acho que nem ela sabia. – disse sem acreditar.

O médico continuou falando os cuidados que ia ter que ter com ela, que ela ia passar uns dias internada no quarto pra acompanhar o quadro clínico dela e se ia encaminhar o caso pra polícia que a decisão é dela e toda essa parte burocrática.

Yara: A gente pode ver ela, doutor?

— Podem, claro. Me acompanhem. – sorriu.

O correto era nem entrar as três de uma vez, como é norma da maioria dos hospitais. Mas eu não paguei uma nota a mais à toa né?

O que move o mundo é o cash.

Minha irmã estava dormindo, agora seu rosto estava limpo, evidenciando mais ainda os seus hematomas. Minha mãe correu pra junto dela e começou a chorar, alisar seu rosto e pedir perdão. A Yara me olhou e eu neguei com a cabeça.

Me aproximei da Fabiana junto com a Yara e quando minha mãe saiu de cima dela, eu me aproximei do rosto da minha irmã e beijei sua testa. Sussurrei a oração de São Jorge no ouvido dela e fiz o sinal da cruz em sua testa.

Meu celular começou a vibrar, dei espaço pra Yara e me afastei um pouco pra atender a ligação.

📲 MK

Diana: O que houve? Cadê o Barão?

MK: Calma parceirinha, Barão tá inteiro e pelo tempo que eu falei com ele, deve tá no Alemão já. – respirei aliviada – Tô ligando porque eu quero saber da Fabiana.

Diana: Agora ela tá fora de perigo, só uma fratura na clavícula, já que ela apanhou igual condenada. Mas o mais incrível tu ainda não sabe.

MK: Tem alguma coisa incrível nessa merda toda que aconteceu com a tua irmã hoje? Eu tô me sentindo um merda e tu não sabe o quanto.

Diana: Depende de vocês, né. Mas tá vindo um Falconizinho que por enquanto ele tá dormindo dentro da barriga da Bibi.

MK: Mentira, mano. – quase gritou.

Diana: É e nem o médico sabe explicar como foi que ele sobreviveu já que a Fabiana apanhou muito.

MK: Eu vou sair daqui do Rodo e tô indo aí ver ela. Ela já acordou? E a Gabi?

Diana: Tem muita pressa não, a Bibi tá sedada por causa das dores e tá dormindo profundamente. Gabi foi fazer uns exames, Karina disse que a Bi acordou dizendo que a Gabi tava doente e depois desmaiou de novo.

MK: Preta é uma fortaleza, fico de cara vendo ela passar por tudo isso. Vou fazer o corre aqui e já já eu chego aí.

Diana: Tá bom. Tá todo mundo bem?

MK: Tá sim. Peguei o filho da puta e levei pro Alemão, Fabiana pediu pra não dar fim nele. Então o jeito é obedecer. Teve uns feridos, dois mortos mas nenhum deles é o Barão, nem o Guto e muito menos o Marreta. Pode ficar aliviada.

Diana: E você, seu louco?

MK: Tomei um no braço de raspão, corri pra dentro do Rodo e os cana veio atrás, aí fui ajudar expulsar né. – riu.

Diana: Meu Deus, tu é doido mesmo.

MK: Eu sou o corre, cunhada. Vou guiar, até já.

Diana: Até.
📲

Ele desligou e eu me aproximei da Yara, ficamos ali olhando a Fabiana dormir até a porta se abrir e a Karina vir com a Gabriela que estava acordada, mas estava sonolenta e manhosa.

Karina: Bom, não pode mas vou colocar a Gabi pra dormir do lado da mãe dela. Quando o dia clarear, antes da troca médica vocês tirem. – alertou e a gente concordou – Dorme bem, meu amorzinho. – beijou o rosto da Gabi e a colocou deitada junto com a Fabiana e a cobriu com o lençol do hospital.

Adriana: Como tá a minha neta, Karina? – se aproximou de nós e olhou pra Gabriela que se agarrou na mãe dela e dormiu.

Karina: Ela tá bem, foi só uma alergia, talvez estivesse em algum lugar frio demais pra ela. – disse olhando a Gabriela dormindo – Mas graças a Deus esse pesadelo acabou. Como foi que acabou lá?

Diana: MK disse que tá todo mundo bem, parece que pegaram o cara lá do Rebu e vão fazer o que tem que fazer depois que a Fabiana sair daqui. Não entendi porque, mas tu sabe que ela pede e ele não nega. – sorri.

Karina: A vó ainda não sabe nem que a Fabiana foi pro Rebu, acha que ela tá em casa. – falou baixo.

Diana: Se dissesse era capaz dela passar mal, mas vai ter que contar e a gente que lute. – respirei fundo.

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