54.

6.3K 338 46
                                    

FABIANA.

MK: Tem como nós dois conversar? – disse pra mim assim que eu saí do banheiro.

Fabiana: Conversar o que? – mantive a postura de coração gelado né, mas a vontade era ir.

MK: Conversar sobre nós dois, pô, não tô achando legal essa parada de te ver com outro ali todo cheio de dedo pra cima de tu. Tá bonito não, Fabiana. – disse puto, mas seu olhar entregava decepção.

Fabiana: Escolha sua. Tu tá aqui me cobrando, mas tu chegou de braços dados com a mãe do seu filho. Eu que não tô achando legal essa tua atitude, coisa de mimado e pode assumir que é o teu ego que tá machucando, por isso tu tá aqui. – falei super calma.

O mal do Murilo é que toda mulher que rendia pra ele, ele fazia, acontecia e depois deixava pra lá. Apesar dele ser um gostoso e eu gostar dele, ele não ia me fazer de troféu e muito menos ia fazer comigo o que já fez com tantas.

A fama dele corria longe e eu não vou virar mais um número nessa estatística do Murilo. Eu sou farta de amor próprio!

MK: A mãe do meu filho tá aqui na minha frente, nem eu sei se o filho que a Luma tá esperando é meu. – cruzou os braços por uns instantes, mas abriu e me puxou pra perto dele pela cintura – Diz que tu não tá com saudade de mim, diz... – falou todo calmo e começou a cheirar e beijar meu pescoço – Diz que tu não gosta da gente assim juntinho. – murmurou no meu ouvido seguido de uma mordidinha na ponta da minha orelha.

Fabiana: Não faz assim... – fiquei mole na mão dele.

A vontade era só uma, me render e desaparecer com ele pelo mundo. Mas essa ousadia eu não podia dar pra ele. Eu não achava certo isso, ele fala que gosta de mim e as atitudes dele ser totalmente o contrário. Se gostasse, talvez me respeitasse mais.

Fabiana: Para com isso, garoto. – empurrei ele e me afastei – Não pensa que tu vai vir com esse papinho mole e eu vou correr pra tu na mesma hora. Tá pensando que eu sou o que? – arqueei a sobrancelha esquerda.

MK: Tu complica as coisas entre nós dois. O que é que tu precisa mais pra acreditar que eu sou louco por tu? Fala aí que eu faço, pô. Sou capaz de derrubar o Rio de Janeiro todinho na porrada se preciso for. Já te dei meu papo de homem, eu quero você, sua maluca. Eu prometo que largo a vida de cachorro, todas elas e fico só contigo, tô disposto mesmo. – se aproximou de mim e me olhou sério.

Fabiana: Palavras o vento leva, Murilo. As atitudes é que ficam e que te fazem um homem melhor do que já é. Eu não sou santa pra querer promessas, não quero um homem perfeito, mas quero respeito além de tudo que eu mereço. Não tô falando do financeiro, tu sabe que eu não tô necessitada disso. Eu não aceitei e continuo não aceitando agora. Quando tua mentalidade mudar, talvez a gente possa conversar. – eu me virei pra sair andando, mas ele segurou na minha mão e me fez voltar.

MK: Promessa pra mim é dívida, Fabiana. Não tô falando porque eu bebi. Eu bebi pouco, ainda tô sóbrio e sou capaz de me lembrar tudo que eu te falei e repetir amanhã e pra todo o sempre. Não tô falando nada da boca pra fora, porque se fosse só por buceta em cada esquina eu acho uma, eu dou um estale de dedos e uma fila se forma pra me dar.

A sinceridade em excesso desse homem às vezes me deixa triste.

MK: Só que eu tô falando de uma mulher, amante, amiga, mãe dos meus filhos numa pessoa só. A gente corre o risco de não dar certo mermo, eu sou cabeça dura e tu não fica atrás. Pode ser que eu dê uma chapada e faça merda, eu sou imperfeito mermo, acho que eu tenho mais defeito do que qualidade, mas tô disposto a passar por cima e tentar ser o homem que tu pediu pra Deus e vai falar isso pro nosso time de futebol, vulgo nossos filhos. – disse sério, mas sorriu ao falar nossos filhos – Mas essa decisão não é só minha.

Fabiana: E eu não posso te dar uma resposta agora, ma... – ele me interrompeu.

MK: Eu vou deixar tu pensar melhor, não tem nem lógica decidir uma vida num corredor da casa alheia. Quando tu tiver decidida tu sabe bem onde me encontrar, sabe o número do meu celular e sabe muito bem onde eu me escondo. – ele se aproximou e beijou a ponta da minha testa – Fé aí pra tu, Fabiana. – se abaixou na minha frente – Aí filhote, dá uns conselho pra tua mãe porque ela tá muito cabeça dura, já é? – ele afastou os dois lados do tecido do vestido, dando visibilidade maior pela minha barriga e deu um beijo demorado na mesma – Tá bom de tirar esse piercing do umbigo Fabiana, faz mal pro menino.

Ele me olhou feio e eu não consegui conter o riso.

Fabiana: Tu sabe se eu tô esperando um menino? Nem barriga tem ainda. – neguei com a cabeça.

MK: O filho é meu po, tenho certeza que vai vim um menino. – sorriu todo bobo.

Fabiana: E tu manda no destino agora? – coloquei a mão na cintura.

MK: Eu sou fechado com Deus, é diferente. Se vier uma menina eu também vou amar, mas ser pai de menino deve ser bom que só o caralho, preta. – deu outro beijo na minha barriga e se levantou.

Leonardo: Algum problema aí, Fabiana? – apareceu de surpresa e Murilo revirou os olhos.

MK: Ele. – murmurou olhando pra minha cara e eu olhei feio pra ele.

Fabiana: Nenhum, já tô indo. – sorri e o Leonardo permaneceu de braços cruzados no fim do corredor – Até depois, Murilo.

MK: Até, preta. – disse sem muito entusiasmo.

Eu passei pelo Murilo segurando o riso porque aquela cena era patética. Por dentro eu estava até gostando de ver ele todo rendidinho.

E é aquela coisa né? Ele que lute muito, porque eu sou Fabiana Carvalho, não bagunça.

Leonardo passou o braço em torno da minha cintura e voltamos pra festa. Se o Murilo podia desfilar por aí com piranha, eu podia fazer uma graça com o Leonardo também.

Leonardo: Tu quer uma carninha? – perguntou todo cheio de preocupação.

Fabiana: Se não for abusar, tu pega lá pra mim? – sorri e ele foi buscar.

Yara: Depois eu quero saber que babado é esse. – se sentou ao meu lado.

Karina: Tu tá muito bandida, cara. MK tá a ponto de ter um infarto. – falou baixo e a gente riu.

Fabiana: Ele chegou com a piranha dele e eu engoli. Leonardo perto dela é um anjo! – deu ênfase no anjo e elas riram.

Yara: Quando eu falo que tu tem mel nessa buceta, tu acha ruim. – cortou uma linguiça em pedaços – Só bofe bom.

Karina: É por isso que as tuas irmãs se estressa contigo. – riu – Tu só pega os brabos.

Fabiana: E eu tô lá ligando? – ri.

Eu arrumei meu vestido na parte do decote e dei uma olhadinha de piranha pro MK na hora que ele e a Luma estavam me olhando. Revirei os olhos e dei um riso com as meninas.

Passei o olho na minha criança que estava no colo do Nando tirando várias fotos com ele, a Greice e o Caio, filho deles que finalmente tinha chegado com a mãe da Greice.

Gabriela parece até que é adulta, várias caras, bocas e biquinhos pras fotos.

Greice: Será que vocês podem levantar o cu dessas cadeiras e virem tirar fotos comigo? Não aceito não como resposta. – gritou pra gente.

Karina: Com um convite desse quem é que é doido de recusar? – gritou e a gente riu.

Peguei o Caio do colo da Greice e pousei pra foto com eles.

DO JEITO QUE A VIDA QUER.Onde histórias criam vida. Descubra agora